Adubação: como fazer amostragem de solo para análise química

A amostragem de solo correta é o caminho para uma adubação precisa e econômica

Em todos os tipos de cultivo na agricultura, existe o momento certo de se fazer a adubação. Esta é responsável  pelo sucesso da colheita e pelo aumento da produtividade. Por isso, para uma adubação correta, temos de conhecer bem a propriedade rural e  os tipos de solo.  Da mesma forma, temos de coletar corretamente as amostras de solo e enviá-las para o laboratório para que seja feita a sua análise. Após a interpretação da análise feita na amostragem de solo, pode-se proceder à correção do solo, por meio da calagem, bem como  à adubação para a cultura desejada.

 A propriedade

É importante se conhecer bem a propriedade rural, no entanto, algumas características devem ser observadas:

- Relevo, cultivos anteriores, tipos de solo diferentes (observando-se a cor principalmente), fontes de água, uso atual do solo, adubações utilizadas, divisões existentes, sejam elas naturais ou com cercas.

Separação das  glebas     

Separação de glebas é a divisão da propriedade em áreas, com as mesmas características, com a finalidade de se fazer amostragens homogêneas, obtendo, assim, resultados confiáveis na análise de solos.

Para  se iniciar a separação das áreas da propriedade rural em glebas, é importante a observação dos itens citados anteriormente.

Cada gleba irá originar uma amostra de solo para ser enviada ao laboratório.

Tipos de solo diferentes, cultivos diferentes,  variação acentuada de relevo e tipos de vegetação natural  são indicadores de mudanças na química dos solos. Assim, cada mudança deve ser separada como uma gleba, o formato não é muito importante, entretanto, o tamanho deve ser  observado, levando-se em conta o tamanho da propriedade e o bom senso na divisão, esta não deve ultrapassar 10 ha.

Retirada de amostras

A época recomendada é durante a seca, logo após as colheitas das culturas anuais.

Para a retirada das amostras de solo, é preciso levar equipamentos ao campo, sejam eles balde de plástico, pá reta, enxadão, enxada, embalagens e, se o produtor tiver acesso, um trado.

Cada gleba irá gerar no mínimo uma amostra de solo, dependendo do seu tamanho.

Ao se escolher a gleba, iniciam-se os trabalhos, seguindo em zigue-zague para amostrar bem a área.

Em cada gleba, deve-se retirar ao menos 20 subamostras, da seguinte forma:

- Limpar com enxada a superfície do solo, retirando todos os resíduos orgânicos;

- Proceder à escavação, com enxadão, para se retirar uma fatia de solo, ou usar o trado, para se obter uma porção representativa de 0-20 cm ou 20-40 cm, dependendo do cultivo que se pretende estabelecer.

As subamostras são colocadas no balde e, depois da retirada de todas elas, faz-se a mistura no próprio balde, retirando os restos vegetais, as raízes e as pedras.

Dessa forma,  retira-se do balde uma amostra de solo com o peso de 0,5 kg, que se considera representativo.

Embalagem e identificação

Faz-se a embalagem em saquinho plástico. Muitos laboratórios já possuem essas embalagens à disposição do produtor rural.

Ou ainda podem ser utilizadas embalagens que não foram utilizadas, para armazenar adubos ou outros produtos químicos.

Deve-se identificar a embalagem, com dados do produtor rural e da propriedade, assim como a identificação da gleba e o número da amostra.

Em seguida, deve-se encaminhar a amostra de solo a um laboratório idôneo. O resultado estará pronto em 15 dias. No entanto, deve-se pedir a análise do solo completa, caso esta nunca tenha sido feita.

O resultado deve ser encaminhado a um técnico ou Agrônomo para a devida interpretação e recomendação das calagens e adubações, garantindo assim o sucesso da propriedade rural.