Cultura da bananeira: a identificação de pragas é importante na produção

Sabendo-se identificar as pragas da cultura da bananeira, faz-se a prevenção ou controle mais facilmente

Sabendo-se identificar as pragas da cultura da bananeira, faz-se a prevenção ou controle mais facilmente.

Cultura da bananeira: a identificação de pragas é importante na produção

A cultura da bananeira tem importância no mundo inteiro, pois o consumo "in natura" ou dos produtos derivados da banana são muito populares. No Brasil, a banana só é superada pela laranja e seu consumo estima-se em 25kg por pessoa, por ano. Por isso, é preciso ter cuidado com a incidência de pragas que podem ocasionar 80%  em queda de produção da cultura, tornando-a inviável para o produtor rural. A identificação, a prevenção e o controle das pragas são fundamentais para que a cultura da banana não tenha problemas e possa ser explorada com eficiência.

Principais pragas da bananeira

Moleque da Bananeira ou Broca do Rizoma (Cosmopolites sordidus)

Sem dúvida, essa é a praga-chave da cultura, pois, quando em infestação alta, produz altos prejuízos para a cultura da bananeira. A forma adulta da praga é um besouro de coloração negra, que mede em torno de 11 mm e vive em local úmido e sombreado, junto às touceiras, entre as bainhas foliares, junto a restos culturais. Mas o que produz prejuízos é a larva do besouro, que faz galerias no rizoma. Essas galerias são de tamanhos diversos e causam debilidade na bananeira, podendo ocasionar o seu tombamento. Os sintomas visíveis são amarelecimento das folhas e posterior perda destas, além da diminuição do tamanho da planta, dos cachos  e  baixa produção.

Para o monitoramento dessa praga, são feitas iscas com partes da planta podadas, podendo ser do tipo "telha" ou "queijo". No caso do controle da praga, pode-se utilizar as mesmas iscas como armadilhas, utilizando-se 50/ha. Nas armadilhas, pode-se fazer uso do fungo Beauveria bassiana, inimigo natural do Moleque da Bananeira. Da mesma forma, podem ser usados produtos agroquímicos, nas armadilhas. Tais produtos também podem ser introduzidos nas plantas por meio de lurdinhas. Nesse caso, procure um engº. agrônomo para a prescrição de receituário e modo de uso.

Broca do Pseudocaule (Castsenia sp.)

É uma lagarta, com coloração branco-leitosa e cabeça marrom-avermelhada, medindo 9 mm no seu último instar. Constrói sua pupa dentro do pseudocaule. Ao se alimentar, produz túneis dentro do pseudocaule de onde saem exsudados. A lagarta se alimenta, preferencialmente, da bainha foliar causando prejuízos. O adulto é uma borboleta de hábito diurno, que voa avidamente nas horas mais quentes do dia. Sua envergadura de asa pode alcançar 10 cm.

Em decorrência do prejuízo causado pela lagarta, a planta da bananeira fica enfraquecida e sujeita a tombamento.

Práticas culturais como desbastes, desfolha, destruição de restos culturais e limpeza da área são bem eficientes para se evitar essa praga. Em caso de surtos, existem produtos agroquímicos, que podem ser receitados por eng. agrônomo.

Tripes-da-Flor (Frankliniella spp.)

É um inseto pequeno, com cerca de 1mm, mas facilmente visível por sua coloração marrom-escura ou branca. Prefere as flores novas. Os danos são vistos como pontuações amarronzadas, nos frutos jovens em desenvolvimento. São também ásperas, não comprometem a qualidade do fruto, mas diminuem seu valor na comercialização.

A despistilagem e a eliminação do coração dos frutos diminuem bastante a população desses insetos. Também podem ser usados sacos plásticos com inseticidas no momento da emissão cacho de bananas.

Tripes-da-Ferrugem (Chaetanaphothrips spp., Caliothrips bicinctus Bagnall, Tryphactothrips lineatus Hood)

É um inseto que mede de 1 a 1,2 mm, encontrado nas inflorescências, entre as brácteas do coração e os frutos da bananeira. Seu ataque ocorre devido à sua ovoposição e alimentação, deixando os frutos com coloração ferruginosa. Em casos mais graves, pode provocar pequenas rachaduras.

Seu controle é feito com ensacamento dos cachos utilizando inseticidas.

Ácaros de Teias (Tetranychus spp.)

É bastante pequeno, medindo em torno de 0,5 mm, com coloração avermelhada. Constrói colônias, na face inferior da folha, tecendo teias que são visíveis. A baixa umidade ajuda na infestação desta praga. A face superior da folha fica com manchas amareladas, que podem secar e cair. No caso de ataques muito fortes, os frutos podem ser prejudicados.

Abelha Arapuá (Trigona spp.)

É bastante comum nos bananais em produção. Além de causar danos nos frutos, pode ser disseminadora de patógenos.

A eliminação do coração, duas semanas após a emissão do cacho, e o ensacamento deste são medidas que ajudam na prevenção ao ataque da Abelha Arapuá.

Em suma, é imprescindível a identificação e o controle do nível de infestação das pragas da cultura da bananeira para avaliar se existe prejuízo real e necessidade de controle efetivo da praga. Práticas culturais, como escolha adequada do local, eliminação de restos culturais e plantas hospedeiras; assim como condução da cultura em espaçamentos corretos, limpeza e ensaque dos cachos podem garantir a sanidade da cultura da banana. Caso haja necessidade da utilização de produtos agroquímicos, procure um eng. agrônomo ou técnico agrícola.

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Andréa Rocha 10-07-2013 Fruticultura

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