Plantio direto: saiba mais sobre esse sistema de plantio conservacionista

O plantio direto é praticado, com sucesso, como modelo de conservação e aumento de produtividade

 O plantio direto é praticado, com sucesso, como modelo de conservação e aumento de produtividade.

Plantio direto: saiba mais sobre esse sistema de plantio conservacionista

O plantio direto, no Brasil, foi implantado há mais de 35 anos e vem se consolidando como sistema de plantio conservacionista, em meio aos produtores de culturas anuais, como a soja e o milho. Cerca de 50% da área cultivada com espécies anuais utiliza técnicas de plantio direto.

Além de trazer menos impacto ambiental, esse sistema de cultivo diminui os custos de produção. No entanto, é preciso de cuidados técnicos e conhecimento para sua implantação, só assim, o agricultor obterá resultados, como os aumentos sucessivos de produtividades por safra.

O plantio direto é um sistema em que a semeadura ocorre sem a necessidade do preparo de solo convencional. A semente é plantada e adubada por semeadoras diferenciadas e o solo se encontra coberto de palha. O controle de plantas daninhas é feito com herbicidas.

 Esse sistema segue algumas regras básicas:

Eliminação ou redução de operações  de preparo do solo: Evita o impacto das gotas de água e, com isso, o selamento do solo; diminui a erosão e melhora as suas qualidades químicas, físicas e biológicas;

Uso de herbicidas: São usados herbicidas dessecantes para a limpeza do solo; é importante o seu manejo adequado e a utilização de rotação de culturas;

Formação e manutenção de palhada: Oferece proteção ao solo, aumenta a matéria orgânica, evita a erosão, aumenta a penetração e a permanência de água, além de evitar a sua evaporação;

Rotação de culturas: É essencial para a formação da palhada, a rotação no uso de herbicidas e outros agroquímicos, além da melhoria no controle de pragas e doenças;

Uso de maquinário específico: Plantadeiras, com discos que cortam a palha e depositam sementes e adubos, e colhedeiras, que trituram os restos culturais e os devolve ao solo.

Como iniciar o sistema de plantio direto:

-O agricultor deve obter todas as informações técnicas e treinar a mão de obra para as operações necessárias;

-Da mesma forma, deve partir para o preparo da área realizando a drenagem de áreas alagadas; a identificação e a descompactação do solo quando necessário; a retirada de erosões de todos os níveis; a marcação de curvas de nível e a construção de terraços. Também devem ser feitos o concerto de estradas, com obras de drenagem, e a construção de bacias para o escoamento de águas das chuvas;

-Deve-se realizar a análise de solo, a interpretação e a correção de acordo com as necessidades de calcário. Além de fazer a correção da fertilidade, elevando-se o nível para fertilidade média e alta. Também deve-se fazer a fosfatagem antes de iniciar o sistema;

-Deve-se fazer o manejo das plantas daninhas de difícil controle e das plantas perenes. Após iniciar o sistema, tornam-se mais fáceis o controle e a rotação no uso de herbicidas;

-Deve-se proceder à formação da palhada, cobrindo de 50 a 80% da área. Esse quesito é essencial para se começar o sistema. Daí a importância da rotação de culturas e da utilização de implementos que colhem e distribuem os restos culturais picados no solo. Não se deve jamais queimar os restos culturais. Deve haver uma produção anual de 6 toneladas de palhada seca, por hectare, para o bom funcionamento do plantio direto.

Benefícios do plantio direto:

-Conservação dos solos;

-Melhoria das características químicas, físicas e biológicas dos solos;

-Diminuição da compactação do solo;

-Aumento de matéria orgânica;

-Melhoria da drenagem, da penetração e do aproveitamento da água das chuvas;

-Diminuição do assoreamento de cursos d´água;

-Aumento de produção;

-Diminuição dos custos de produção.

O plantio direto deve ser bem implantado para que o sistema funcione de acordo com seus fundamentos. Não se pode esperar, em apenas uma safra, que o sistema já esteja totalmente alinhado e funcionando corretamente. É preciso ter conhecimento das culturas a serem plantadas para realizar o manejo correto e a definição da rotação destas.

Em certos tipos de solos e condições de climas, a formação da palhada pode ser mais demorada pela rápida degradação desta. Deve-se ter bom senso e técnica para a sua formação. Com o passar das safras, as condições de formação da palhada melhoram e todas as vantagens já evidenciadas vão aparecendo.

É fundamental o acompanhamento técnico por um profissional capacitado para que o manejo da culturas, a palhada e os agroquímicos envolvidos no sistema sejam bem feitos, culminando no aumento da produtividade e da lucratividade da propriedade rural.

Aprimore seus conhecimentos, acessando os Cursos CPT, da área Mecanização Agrícola, elaborados pelo Centro de Produções Técnicas (CPT), entre eles o Curso Plantio Direto

Andréa Rocha 23-08-2013 Mecanização Agrícola

Deixe um Comentário

Comentários

Não há comentários para esta matéria.