Os criadores que desejam iniciar uma criação de animais silvestres devem ter em mente que para tanto existem algumas condições. Algumas dessas condições são a escolha do local adequado, a disponibilidade de água de boa qualidade e alimentação, o fornecimento de condições sanitárias e cuidados veterinários, além de algumas particularidades que dependem do tipo de animal escolhido.
Essas particularidades é que vão determinar o nível de complexidade do manejo. Na criação de animais silvestres, além dessas complexidades existe ainda outra exigência, que diz respeito ao procedimento legal. Antes de escolher a espécie a ser criada, é preciso buscar junto ao Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorização legal para tal criação. Sem isso, a atividade passa a ser ilegal.
Para ter certeza de que está adquirindo animais de forma legal, o criador precisa estar atento no momento da compra. O comerciante ou criadouro deve ser registrado e emitir nota fiscal contendo o nome científico e popular do animal em questão, além do tipo e número de identificação individual, como um anilha fechada ou um microchip.
Os criadores devem saber também que existem diferenças entre animais silvestre, animais exóticos e animais domésticos. Os animais silvestres pertencem às espécies nativas, migratórias ou qualquer outra aquática ou terrestre que passem sua vida ou parte dela naturalmente dentro dos limites do território brasileiro; já os animais exóticos são aqueles cuja distribuição geográfica não pertence ao território brasileiro; por fim, os animais domésticos são aqueles animais que passaram por processos tradicionais e sistematizados de manejo e melhoramento zootécnico.
Voltando aos animais silvestres, o cateto, por exemplo, é uma boa alternativa para os criadores que tenham interesse em iniciar uma criação. Além de render bons lucros, essa criação ainda contribui significativamente para a preservação da espécie da extinção.
As características dessa espécie giram em torno de uma pelagem longa, áspera, espessa e geralmente preta. Porém, o grande atrativo nesses animais é a carne vermelha, de sabor exótico e com baixo nível de colesterol, muito buscada em caçadas. A criação do cateto voltado para a produção de carne é uma boa alternativa de lucro, já que o quilo chega a 40 reais, aproximadamente.
Da pele é possível produzir bolsas, luvas e jaquetas, entre outros produtos. É também uma boa fonte de renda, já que a pele do cateto é muito cotada no mercado internacional, chegando a valer cerca de 45 dólares o metro quadrado, em alguns países.
Se feita da forma correta, a criação de animais silvestres pode trazer grandes lucros para os criadores. Em relação à criação de catetos, o CPT - Centro de Produções Técnicas elaborou o curso Criação Comercial de Cateto e Queixada. Neste curso, os criadores receberão informações sobre produtos e subprodutos, legislação, obtenção do plantel inicial, abate, equipamentos, entre outros. O curso conta com a coordenação do doutor Sérgio L. G. Nogueira Filho. Leia também nosso artigo Criação de cateto e queixada.