As abelhas são conhecidas pela sociedade extremamente organizada em que vivem. Assim, a colmeia é o nome dado ao local onde as abelhas habitam.
Em uma colmeia, vive uma sociedade dividida em castas, onde as abelhas do sexo feminino dominam: estão presentes a abelha rainha e as abelhas operárias de quem depende toda a vida na colmeia.
Os zangões, que são os machos, e têm como única função a reprodução, dependem das operárias para sobreviver. No ninho, podem existir mais de 80 mil operárias. A rainha é produzida pelas próprias abelhas operárias.
A larva da rainha se desenvolve em uma célula de criação muito maior que um alvéolo de operária. Na célula real, mais conhecida como realeira, é fornecida uma dieta especial, à base de geleia real, que a tornará uma rainha, diferenciando-se das operárias. Essa geleia é secretada pelas próprias abelhas que cuidam da futura rainha.
Depois do voo nupcial, a rainha passa a fazer posturas, podendo colocar de dois a três mil ovos por dia, com boa fecundidade até o terceiro ano de vida. Ela domina toda a população da colmeia por meio de uma substância exalada denominada feromônio, que mantém a unidade da colmeia.
A rainha tem como característica física o fato de ter um abdome maior e mais claro, copulando uma única vez. Um fato interessante é que a rainha guarda o esperma dos zangões em sua espermateca pelos seus 2 a 7 anos de vida restantes, liberando-o aos poucos para fecundar os ovos.
As operárias cuidam da colmeia, fazendo todo tipo de atividade: higiene, busca de alimento e água, coleta de pólen (fonte proteínas da dieta), néctar (transformado em mel) e resinas (que compõem a própolis).
Essas também secretam e moldam a cera, para a construção dos favos, alimentam a rainha e os zangões e cuidam das larvas até seu nascimento. Ao contrário da rainha, são inférteis.
Quanto aos zangões, estes não possuem ferrão e dependem do alimento (mel e pólen) elaborado pelas operárias, podendo ser expulsos da colmeia em épocas de escassez de alimento. Eles nascem de óculos não fecundados. Outra característica importante é que o zangão morre após a cópula com uma rainha.
O zangão adulto não é alimentado pelas operárias. Somente a rainha é alimentada por meio da teofalax (boca a boca), durante toda a sua vida.
Para chegar até a fase adulta, a abelha passa por diversas transformações, chamadas de metamorfose, seguindo a sequência de ovo, larva, pré-pupa, pupa e adulto. Ao todo, são 21 dias entre a postura e o nascimento de uma abelha operária, 16 dias para a rainha e 24 dias para o zangão.
Ao longo da vida da operária, esta exerce diversas funções dentro e fora da colmeia. Em geral, as operárias, em períodos de floradas, vivem cerca de 42 dias, iniciando sua vida de campeira a partir de 20 dias após seus nascimento. Esse tempo de vida pode se alongar mais na entressafra de flores, quando o trabalho da operária como campeira se reduz significativamente, passando a maior parte do tempo no interior da colmeia.
Quando a rainha envelhece, sua produção de feromônio diminui, o que afeta diretamente a unidade da colmeia. Sentindo o menor efeito do feromônio, as próprias operárias tratam de produzir uma nova rainha. Constroem uma ou mais realeiras, a partir da identificação de larvas ideais para a produção de rainhas.
Portanto, identificam as larvas, destroem os opérculos e constroem as realeiras, as quais serão alimentadas com geleia real, até o nascimento de uma nova rainha. A primeira que nasce, imediatamente, destrói as outras realeiras, para que nenhuma rival possa nascer.
Com isso, a colmeia fica com duas rainhas, a antiga, ainda ativa, e a mais jovem. Nesse momento, podem ocorrer duas situações distintas com a família que está trocando ou puxando novas rainhas.
Uma delas, é quando a família está trocando a rainha velha, pois esta não está mais cumprindo com a sua função reprodutiva na comunidade. Neste caso, elas matam a rainha velha ou a expulsam do enxame e não lhe fornecem mais alimentos.
Em outra situação, pode ocorrer um fenômeno conhecido como enxameação, que é causado por diversos motivos, tais como: falta de espaço para o desenvolvimento da colmeia, favos velhos e defeituosos, rainhas velhas (neste caso, duas princesas sobreviverão: uma permanecerá na colmeia e a outra acompanhará metade do enxame), instinto enxameatório (predominante entre as abelhas africanas), entre outros.
Portanto, um enxame pode se dividir (enxameação) sem que, necessariamente, a rainha esteja velha ou improdutiva. Também pode ocorrer por falta de espaço na colmeia, que se vê obrigada a fazer uma divisão. Esse fenômeno é o preservação da espécie, ocorrendo em função do instinto de reprodução e condições ambientais adversas.
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