Criação de abelhas: conheça as abelhas sem ferrão

A criação de abelhas sem ferrão tem origem nacional, com ótima capacidade de produção de mel e outros produtos

 A criação de abelhas sem ferrão tem origem nacional, com ótima capacidade de produção de mel e outros produtos.

Criação de abelhas: conheça as abelhas sem ferrão

A criação de abelhas sem ferrão, também chamada de meliponicultura, abrange todas as alternativas de manejo e produção para os criadores se orientarem dentro de um universo de aproximadamente 400 espécies. Essas práticas foram sendo apuradas por extensionistas e pesquisadores, a partir da cultura popular, principalmente das regiões Norte e Nordeste, onde a criação de abelhas nativas se perpetua por séculos, antes mesmo do advento da vinda das criações de abelhas europeias e africanas, que hoje são maioria em nossas criações e produções.

As abelhas sem ferrão ou meliponíneos ocorrem nas regiões tropicais da terra. Estas se encontram na América Latina, África, Sudoeste da Ásia e Norte da Austrália. No entanto, a maior diversidade de espécies se encontra na América Latina. Os indígenas já utilizam o mel dessas nativas para sua alimentação e os primeiros colonizadores herdaram esse costume, principalmente durante as viagens.

Diferenças entre abelhas europeias( Apis melífera) e as meliponíneas

-Favos de cria: Nas europeias, todos os favos são verticais. Já nas abelhas sem ferrão,  os favos de cria são horizontais.

-Armazenamento de pólen e mel: Nas europeias, o alimento é armazenado em favos onde as crias são colocadas. Já nas abelhas sem ferrão, existem potes especiais para essa finalidade, geralmente ovalados.

-A alimentação das larvas: Nas europeias, a alimentação é servida pelas operárias de maneira gradual. Já nas abelhas sem ferrão, o alimento é servido de uma só vez, de forma massal e dura até as larvas se tornarem adultas.

-Defesa: As europeias possuem o ferrão, que é sua principal forma de defesa, o que  dificulta o manejo. Já nas sem ferrão, a defesa é feita com enroscamento das abelhas nos pelos ou cabelos, com mordiscadas, ou ainda depositando própolis em seus inimigos, algumas, como as Caga-Fogo, produzem substâncias cáusticas para sua defesa.

-Formação de colônias novas: Nas europeias, a rainha velha parte com a colônia. Já nas abelhas sem ferrão, uma rainha virgem parte com a colônia.

-Contato com a colônia antiga: Nas europeias, não existe mais contato entre a colônia antiga e a nova. Já nas abelhas sem ferrão, existe contato de até 6 meses entre as colônias.

Produtos das abelhas sem ferrão

-Diretos: Mel e colônias, tendo como subprodutos o pólen, cerume e própolis.

-Indiretos: Polinização de plantas, educação de jovens e adultos, turismo e paisagismo.

Tipos de abelhas sem ferrão (castas)

-Rainhas: Existe a rainha poedeira, que além de botar os ovos e ser responsável pela formação da colônia, também organiza os serviços por um sistema de comunicação por meio da liberação de feromônios. Também existem as rainhas virgens, que são as substitutas, caso ocorra algo com a rainha principal, podendo chegar a 25% da população da colônia.

-As operárias: São todas fêmeas e responsáveis por praticamente todos os serviços da colônia. Podem chegar a 80%  da colônia.

-Machos: São responsáveis basicamente pela reprodução; mas, diferente das abelhas europeias, exercem algumas outras funções pequenas.

Características dos ninhos

-Betume: É o material que reveste externamente a colmeia, sendo composto de uma mistura de própolis com cerume. Em algumas espécies, também há a mistura com barro.

-Entrada: Cada espécie constrói sua entrada de uma forma. Essa é uma das maneiras de se identificar a espécie que construiu o ninho.

-Favos de cria e invólucro: A maioria das espécies constrói os favos na horizontal, envolvidos por cerume. O conjunto de favos se chama invólucro.

-Potes de mel e pólen: São construídos potes especiais, feitos de cerume, na sua maioria, de forma ovalada.

A criação em propriedades rurais segue uma sequência:

-Escolha das espécies;

-Aquisição de colônias;

-Multiplicação de colônias;

-Registro no órgão ambiental;

-Manejo das colônias.

Daí começa a fase produtiva:

-Venda ou aluguel de colônias para polinização agrícola;

-Comércio de colônias;

-Coleta de pólen e própolis;

-Coleta de mel: beneficiamento, envase e rotulagem.

Na escolha das espécies, é importante se atentar ao detalhe de que as abelhas sem ferrão são altamente dependentes do ambiente em que vivem e o tipo de flora. Na pesquisa, buscam-se espécies existentes na região. Existem algumas exceções, como a Uruçu-Nordestina.

Aprimore seus conhecimentos, acessando os Cursos CPT, da área Apicultura, elaborados pelo Centro de Produções Técnicas (CPT), entre eles o Curso de Abelhas Nativas sem Ferrão - Uruçu, Mandaçaia, Jataí e Iraí.  

 

Andréa Rocha 02-09-2013 Apicultura

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