Manejo de frangos integrado ao bem-estar das aves

O processo de apanha deve ser individual e o apanhador nunca deve pegar a ave pelo pescoço ou pelas patas, pois isso pode provocar fraturas na carcaça

 

Quando não existe um manejo correto de aves, os produtores acabam enfrentando problemas como perda de produtividade. A fim de minimizar essas perdas e aumentar o bem-estar dos frangos, os produtores devem proporcionar às aves fatores fundamentais, como: ausência de fome ou sede,  de desconforto, de dor, de machucadura e de doenças, ausência de medo e angústia e condições para expressar o comportamento natural.

Para que o manejo das aves seja acompanhado de um bem-estar, é preciso que os produtores conheçam de antemão o comportamento delas. Ao entrar uma pessoa estranha dentro do aviário, por exemplo, a tendência é que as aves se sintam acuadas e tentem  fugir. Sendo que, durante essa fuga, a possibilidade de batimento de asas uma nas outras é grande, ocasionando fraturas e lesões. Isso resulta em perdas econômicas para o produtor, já que a carcaça da ave apresentará lesão e terá um retorno financeiro menor.

Apesar da liberdade ser uma condição fundamental para que as aves tenham uma boa qualidade de vida, o produtor não deve permitir que elas fiquem muito soltas para evitar o contato entre elas e outros animais, pois quando a ave enxerga um estranho ou outro animal qualquer, ela o vê como seu predador e tende a fugir.

Nesse sentido, tanto o produtor quanto a equipe responsável pelo manejo das aves devem fazê-lo sempre da forma mais calma possível. No caso do transporte das aves, da granja até os matadouros, os caminhões muito barulhentos devem ser evitados, para que o transporte seja o menos estressante possível. Na hora da apanha das aves, deve ser realizada uma subdivisão dos lotes, a fim de se trabalhar com lotes menores.

Tal apanha deve ser individual, frango a frango. O apanhador nunca deve pegar a ave pelo pescoço ou pelas patas, pois isso pode provocar fraturas na carcaça. Ela deve ser feita com o uso das duas mãos, pegando a ave pelo dorso com as asas fechadas junto ao corpo, de forma a imobilizá-la.

Nesse ponto, é importante que os criadores de frango saibam que parte do ciclo produtivo das aves está fortemente ligado aos grupos de apanha e à consequente forma como eles trabalham. Está comprovado que a maioria das fraturas que ocasionam os descartes de alguns frangos estão associadas às últimas 24 horas de vida das aves, ou seja, ao processo de apanha.

Outro aspecto do manejo que visa propiciar bem-estar às aves diz respeito à questão do fornecimento de água. Esta deve estar sempre à disposição até o momento da apanha, já que a temperatura da ave é em torno de 41°C, fazendo com que ela necessite de grande quantidade de água. Caso elas não a tenham disponível, podem sofrer desidratação durante o transporte até o frigorífico.

Nesse ponto, o fornecimento de comida também não deve ser muito escasso, recomenda-se um período de 6 a 8 horas antes do transporte. O jejum muito prolongado pode ocasionar a contaminação das aves, já que elas acabam comendo o restante da cama do aviário, onde existem contaminantes como a salmonela e coliformes.

Para mais orientações a respeito do manejo de frangos, o CPT - Centro de Produções Técnicas elaborou o curso Produção de Frangos de Corte. Este curso conta com as orientações do professor Tadeu Cotta a respeito de sistemas de produção, planejamento, instalações, manejo, alimentação e comercialização. Caso tenha interesse, leia nosso outro artigo que aborda questões relacionadas à alimentação dos frangos: Aprenda sobre alimentação de frangos de corte.

Beatriz Lazia 30-04-2012 Avicultura

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