Capim braquiária em consórcio com soja e milho

O capim braquiária em consórcio com soja e milho tornou-se um forte aliado dos agricultores, aumentando a produtividade em época de estiagem e diminuindo os custos do cultivo.

O capim braquiária em consórcio com soja e milho tornou-se um forte aliado dos agricultores em época de muito calor e constantes veranicos

Capim braquiária em consórcio com soja e milho

O capim braquiária (Brachiaria ruziziensis) é uma gramínea tropical típica do Continente Africano. Possui porte maior que o da Brachiaria decumbens (cerca de 1,20 m), tem um cheiro bem característico (lembrando o do capim gordura) e apresenta folhas pilosas grandes (verde-claras). Essa forrageira é uma gramínea perene, que requer precipitação anual em torno de 1.000 mm. Quando recebe adubação nitrogenada, ela supera a produtividade das principais gramíneas.

O plantio da braquiária é feito por sementes (cerca de 6 a 16 kg/hectare) em uma profundidade de 2 cm. Após 90 a 120 dias do plantio, o capim pode ser utilizado. Para que seu crescimento ocorra mais rapidamente, a temperatura ideal deve ser de 33°C (dia) e 28°C (noite). A grande vantagem dessa forrageira é a sua fácil adaptação a vários tipos de solo, contanto que estejam bem drenados e férteis.

Antigamente, a Brachiaria ruziziensis era considerada uma planta invasora, mas hoje se tornou um forte aliado dos agricultores no plantio direto de soja e milho. Mas de que forma? Fornecendo palha abundante no plantio de soja e milho no verão.

Entretanto, para que os resultados sejam favoráveis, essa espécie de capim deve passar por um bom manejo estratégico. O objetivo principal desse manejo é agregar matéria orgânica ao solo onde está plantada a soja ou o milho e aumentar a sustentabilidade do sistema produtivo como um todo.

Segundo Gessí Ceccon, fitotecnista e pesquisador da Embrapa, a Brachiaria ruziziensis se destacou dentre as gramíneas testadas, pois foi a que mais tempo permaneceu cobrindo o solo mesmo nas altas temperaturas e nos veranicos (estiagem, com aumento da temperatura e baixa umidade).

O consórcio da braquiária com soja e milho aumenta a produtividade dessas culturas, em épocas quentes e de escassez de chuvas, pois ao se retirar a gramínea do solo, não há perdas relevantes para o agricultor. Por isso, muitos produtores adotaram essa técnica em suas lavouras, principalmente devido às alterações climáticas que estão ocorrendo no país.

No Mato Grosso do Sul, em 2014, 40% do plantio foi coberto com braquiária em consórcio. Essa porcentagem só não foi maior em 2015 pela falta de sementes no mercado, pois outros estados adotaram o manejo, como Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí e Tocantins.

Além de trazer maior segurança para os produtores de soja e milho, o consórcio com braquiária diminui os custos de produção, pois ajuda na eliminação de plantas daninhas, como a bufa (capim invasor).

Por Andréa Oliveira.

Fontes: Herbert Vilela e Rural Centro.

Andréa Oliveira 22-07-2015 Pastagens e Alimentação

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