Valor nutritivo das plantas forrageiras

O valor nutritivo das plantas forrageiras é altamente influenciado pela composição química, assim como pela digestibilidade e pelo consumo do animal

Ao fazer a avaliação de uma planta forrageira, o primeiro passo a ser dado deve ser o de reconhecer a sua composição química, pois o valor nutritivo de um alimento é definido em função da composição química e dos produtos finais da digestão. Na maioria das vezes, a composição química de um concentrado varia pouco de uma amostra para outra. No entanto, os alimentos volumosos verdes apresentam variações tão grandes que, muitas vezes, é impossível prever a sua composição. Já os fenos e as palhadas apresentam uma variação um pouco menor.

Existem inúmeros sistemas que definem a composição química das plantas forrageiras. Essa definição se mostra necessária para a formulação de rações que atendam às exigências nutricionais dos animais. Além disso, servem para medir a quantidade de compostos como proteína, carboidratos estruturais, carboidratos solúveis, substâncias tóxicas, ácidos orgânicos, vitaminas e minerais, todos essenciais aos animais.

Ao fazer uma análise da planta forrageira, para saber qual a sua composição química, é necessário que haja um fracionamento de uma amostra colhida dessa planta. Tal fracionamento divide a amostra em seis componentes: matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), fibra bruta (FB), extrato etéreo (EE) e energia bruta (EB).

São diversos os fatores que interferem na composição química das plantas forrageiras. Entre eles, destacam-se:

Espécie forrageira: mesmo que as plantas cresçam, nas mesmas condições ambientais, elas diferem amplamente em sua composição química. Em geral, as leguminosas são mais ricas em proteína bruta, cálcio e fósforo do que as gramíneas. Daí o valor nutritivo mais elevado daquelas plantas;

Meio ambiente: em um amplo sentido, o meio ambiente não inclui apenas os fatores climáticos, como umidade, temperatura, luminosidade e condições edáficas mas também, os fatores bióticos, como é o caso do pastejo pelos animais, as pragas e as doenças, além do uso dos fertilizantes e das queimadas, os quais influenciam a produção e a qualidade da forragem;

Estádio de desenvolvimento da planta: com o crescimento das plantas, ocorrem alterações nos tecidos, que resultam no aumento dos teores de celulose, hemicelulose e lignina, causando redução dos níveis de conteúdo celular, como carboidratos solúveis, proteína, minerais e vitaminas. Além disso, é importante lembrar que ocorrem modificações na estrutura das plantas, com considerável elevação da relação caule/ folha.

Desse modo, o valor nutritivo das plantas forrageiras é altamente influenciado pela composição química, assim como pela digestibilidade e pelo consumo do animal. Por isso, é tão importante que o pecuarista tenha conhecimento da composição química das plantas forrageiras que ele fornece aos seus animais, visto que o seu consumo irá determinar o valor nutritivo destas.

O CPT - Centro de Produções Técnicas elaborou o curso Seleção de Forrageiras, que orienta a respeito das principais forrageiras usadas no Brasil, da relação das forrageiras e o solo entre outros. O curso conta com a coordenação do pesquisador Antonio Vander Pereira - da Embrapa Gado de Leite. Leia também nosso outro artigo a respeito Conheça um pouco mais sobre algumas plantas forrageiras.

Beatriz Lazia 24-08-2012 Pastagens e Alimentação

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