Transferência de embriões e fertilização in vitro

Ferramentas de grande importância para o incremento da oferta de material genético melhorado

O mercado de genética em gado de corte tem um rebanho que está estruturado na forma de uma pirâmide. Na base dessa pirâmide, estão os rebanhos comerciais, de cria, recria e engorda, onde está a maior parte dos bovinos de corte do Brasil. Estes rebanhos se especializaram na produção comercial de animais, cujo manejo tem por objetivo final o abate dos produtos, para a produção de carne.

Já na porção mediana da pirâmide, existe um rebanho bem menos numeroso, que trabalha apenas com bovinos de raças puras, PO (Puros de Origem) e PC (Puros por Cruza). Estes rebanhos são manejados com o objetivo de fornecer touros melhoradores para os rebanhos comerciais. São, portanto, rebanhos multiplicadores, que disseminam genética de ponta.

No topo da pirâmide estão reunidos os chamados rebanhos de elite, onde são criados animais de maior valor, sejam machos ou fêmeas, sempre de raças puras. O objetivo dos criadores desses animais é selecionar, participando de programas de melhoramento genético, com o objetivo de produzir e comercializar sêmen, embriões e animais vivos.

A transferência de embriões resume-se na utilização de uma fêmea geneticamente superior, com um macho também superior, objetivando multiplicar o número de indivíduos nascidos de um mesmo animal, em menor período de tempo. O valor da transferência de embriões pode ser melhor entendido, se considerarmos que o número de descendentes que uma fêmea pode gerar durante sua vida é pequeno, em relação ao número de ovócitos que é capaz de produzir.

Esta transferência é uma forma de multiplicação e distribuição dessa genética, aumentando a capacidade de geração de descendentes em uma fêmea de genética superior comprovada. Uma fêmea de alto padrão, chamada de doadora, é estimulada a produzir vários embriões de uma só vez, os quais são coletados e transferidos para outras vacas, de menor valor genético, chamadas receptoras, que fazem a gestação e criam os bezerros até o desmame. Dessa forma, uma vaca que conseguiria, ao longo de um ano, deixar no máximo um bezerro de alto valor, poderá passar por cinco coletas de embriões, com a possibilidade de obtenção em média de 30 crias.

O ponto de partida para executar a inseminação é a observação da vaca em cio. Esse procedimento é de extrema importância. Para tanto, são recomendadas pelo menos duas observações por dia, cedo e à tarde. Os resultados mais expressivos são os bezerros e bezerras nascidos da técnica da inseminação artificial, que melhoram substancialmente os rebanhos onde se aplica essa prática.

Para auxiliar os pecuaristas que desejam fazer a inseminação in vitro e também a transferência de embriões, o CPT - Centro de Produções Técnicas elaborou o Curso Transferência de Embriões e Fertilização in Vitro. O coordenador do curso, José Olavo Mendes Júnior, orienta que a inseminação artificial é o instrumento mais potente disponível para promover um melhoramento genético de massa, a um custo bastante razoável.

Beatriz Lazia 28-10-2011 Pecuária de Corte

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