Dicas de como aumentar a eficiência reprodutiva em gado de leite

Um período de serviço, variando de 65 a 87 dias, com intervalos de partos de 345 a 365 dias, permite que o gado de leite obtenha o máximo de produção durante sua vida útil

É possível aproveitar melhor o potencial genético do gado de leite existente em sua propriedade

gado de leite

Um período de serviço, variando de 65 a 87 dias, com intervalos de partos de 345 a 365 dias, permite que o gado de leite obtenha o máximo de produção durante sua vida útil. Sendo assim, o ideal seria uma vaca parir a cada 12 meses, produzindo muito leite e tendo uma longa vida produtiva. O que, na prática, só é conseguido em um número reduzido de animais.

A idade avançada ao primeiro parto, próximo de quatro anos, e o longo intervalo entre partos, que ultrapassa 18 meses, são responsáveis pela baixa eficiência reprodutiva dos rebanhos leiteiros nacionais. Portanto, a vaca de produção média e partos regulares pode ser mais eficiente que outra de produção elevada e desempenho reprodutivo inferior.

As causas que levam a problemas reprodutivos são muito variadas, porém, qualquer distúrbio ou patologia, que afete ou prejudique a função reprodutiva normal da fêmea bovina, terá reflexo no animal pelo aparecimento de uma das seguintes síndromes: anestro (falta de cio), repetição de cios (pós-serviço ou falha na identificação) e abortos.

Todos os fatores, que prejudicam o crescimento e desenvolvimento do animal jovem, aumentam a idade ao primeiro parto. Dessa forma, a boa criação dos animais jovens se faz essencial, pois as bezerras e novilhas de hoje serão as vacas de amanhã. Dentro dessa boa criação, entram fatores como: alimentação, bom manejo, controle sanitário e reprodução.

A redução do intervalo entre partos também é importante e pode ser obtida com um eficiente programa sanitário preventivo, associado a uma alimentação adequada. O ideal é que os animais sejam bem alimentados em todas as fases da vida jovem e adulta. Como nem sempre esse procedimento é economicamente viável, pode-se utilizar uma alimentação estratégica, com alimentos de melhor qualidade, oferecidos aos animais em determinados períodos, mais propícios para síntese de reservas corporais, como no final da lactação e no período seco e, ainda, na fase inicial de lactação.

É bom lembrar que a primeira condição para se reduzir o intervalo entre partos é fazer com que a vaca apresente o cio até 60 dias pós-parto. Para isso, é necessário que a vaca apresente boa condição corporal ao parto, além de manter ou perder pouco peso até dois meses pós-parto. Essas condições são essenciais e indispensáveis para o rápido reinício da atividade ovariana pós-parto que, com a involução uterina, influenciam o período de serviço e, em consequência, o intervalo entre partos.

Por fim, é interessante ressaltar que vacas com reservas corporais ao parto podem mobilizar parte da gordura corporal, nos dois a três primeiros meses pós-parto, para produção de leite. No entanto, as vacas leiteiras, principalmente as da raça holandesa de alta produção, não devem parir, excessivamente gordas, porque a rápida e acentuada mobilização de gordura, nos primeiros 30 dias depois do parto, provocada por déficit energético, pode induzir o aparecimento de cetose.

Para mais dicas a respeito do assunto, consulte o curso Técnicas Simples para Produzir Mais Leite e Mais Bezerros, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas. O curso conta informações a respeito de raças e cruzamentos, melhoramento genético, medidas de eficiência reprodutiva, idade ao primeiro parto, intervalo de partos, eficiência leiteira, entre outros. Leia também nosso outro artigo Sistema de produção de leite orgânico.

Beatriz Lazia 07-11-2012 Pecuária de Leite

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