Mandioca na alimentação de bovinos

As raízes possuem alta concentração de amido e podem ser usadas como substitutas do milho na alimentação de vacas leiteiras

 

Além de ser consumida diariamente como alimento pelos humanos, a mandioca pode ser usada para consumo animal, seja na forma in natura ou por meio de restos culturais, folhas e caules. No caso dos ruminantes, a mandioca pode ser oferecida na forma de casca, farinha de varredura ou massa de fecularia. Esse material pode ser usado na forma fresca, ensilada ou na forma de feno e sua produção pode representar cerca de 80% da produção da raiz.

No caso da raspa da mandioca, ela é uma forma de conservação simples, baseada na desidratação das raízes frescas, que são altamente perecíveis, mostrando-se uma alternativa vantajosa em relação ao armazenamento no campo, por meio do retardamento da colheita.

Em virtude de uma maior exigência da qualidade dessa raspa fornecida ao gado, foi desenvolvido um método simples e barato. Este  consiste no picamento das raízes e na secagem ao sol em terreiros cimentados. Esse sistema, permite a pequenos e médios pecuaristas produzirem diretamente em suas propriedades o alimento que será fornecido aos bovinos, nas épocas de seca, na suplementação alimentar de vacas leiteiras e até mesmo na engorda de gado de corte.

Passemos à produção das raspas. O primeiro passo, após a colheita da mandioca, é a lavagem das raízes, que deverá ser realizada de maneira simples, por meio de uma caixa de fundo perfurado, ou simplesmente em uma superfície cimentada, onde se possa jogar água com pressão. Quando essas raízes forem colhidas de solo seco e arenoso, pode-se dispensar essa lavagem, pois o picamento poderá ocorrer no dia seguinte.

Após a lavagem, a mandioca deverá ser triturada com o objetivo de facilitar a secagem. Nessa fase, é importante lembrar aos produtores que, seja qual for a ferramenta ou máquina utilizada para o picamento ou trituração das raízes, a produção de raspas será possível, porém a influência no rendimento operacional e na eficiência da secagem será de importância fundamental nos custos da produção.

Depois de triturada, a mandioca passará pelo processo de secagem, a parte mais importante da produção. Sendo assim, para que a produção de raspa seja de boa qualidade, é importante que o processo de secagem elimine 50% da umidade inicial durante as primeiras 24 horas. A fim de acelerar o processo de secagem, o revolvimento deve ser feito em intervalos regulares, na fase inicial, nunca ultrapassando 2 horas.

A umidade ideal para raspa deverá ser inferior a 14%, o que pode ser identificado facilmente na prática devido à facilidade com que se quebram os pedaços, por sua cor branca e por riscar o cimento, sendo semelhante a um giz. Após o processo de secagem, a raspa deve ser armazenada diretamente a granel ou em sacos. Nesse caso, o farelo apresenta maior vantagem, pois tem menor volume e é mais fácil de ser misturado a outros ingredientes.

Quanto à utilização da raspa de mandioca na alimentação animal, é importante salientar que as raízes possuem alta concentração de amido e podem ser usadas como substitutas do milho, na alimentação de vacas leiteiras, desde que devidamente suplementada com uma fonte proteica. Em alguns casos, a inclusão de quantidades crescentes de raspa de mandioca no concentrado, em substituição ao milho, provocou cerca de 5,6% de redução na produção de leite. No entanto, aumentou consideravelmente o lucro, o que possibilitou o uso da raspa como vantagem econômica.

Para mais orientações a respeito da alimentação de bovinos, consulte o curso Alimentação de Vacas Leiteiras, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas. O curso conta com a coordenação do Dr. Luciano Patto Novaes, que orienta a respeito dos alimentos e a sua digestão nos bovinos, utilização de volumosos e concentrados entre outros.

Beatriz Lazia 22-08-2012 Pecuária de Leite

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