Mastite bovina: saiba mais sobre essa doença que prejudica a pecuária leiteira

A mastite bovina vem causando prejuízos à pecuária leiteira há tempos, por isso é preciso comprometimento para evitá-la

 A mastite bovina vem causando prejuízos à pecuária leiteira há tempos, por isso é preciso comprometimento para evitá-la.

Mastite bovina: saiba mais sobre essa doença que prejudica a pecuária leiteira

A mastite bovina é um dos problemas mais sérios da bovinocultura leiteira, pois acarreta prejuízos diretos na produção. Ela consiste na inflamação das glândulas mamárias e existem dificuldades no controle devido ao fato de existirem diversos fatores que podem vir a causá-la. Esses fatores incluem diversos micro-organismos patogênicos, características do ambiente e fatores ligados à própria vaca.

Da mesma forma, devemos ressaltar os riscos que a mastite bovina pode causar aos seres humanos, tornando-se um problema de saúde pública. Vale indicar que a ocorrência de mastite nas vacas está ligada, principalmente, a procedimentos adotados antes, durante e depois da ordenha. Daí a importância de se adotar procedimentos corretos e higiênicos no processo.

O primeiro passo é avaliar a contaminação bacteriana do leite:

PARÂMETRO  .....  EXCELENTE  ..... ÓTIMO  .....  PROBLEMA

CBT(UFC/ml) ......   < 20 mil   ......   20-50 mil  ......  >100 mil

A alta contagem bacteriana pode ser indicativa de:

-Mastite;

-Resfriamento ruim;

-Falta de higiene;

-Manejo incorreto da ordenha.

Podem haver mais de 100 tipos de bactérias envolvidas na causa da mastite, entre elas:

-Staph aureus, Strep agalactiae, Mycoplasma, Corynebacterium bovis, Klebsiella sp., Strep dysgalactiae, Pseudomonas aeruginosa, Staph coagulase negativo, Candida species, E. coli e Strep.

São utilizadas duas classificações gerais para os problemas de mastite:

-Mastite clínica : a infecção mamária se torna evidente pela aparência do leite e do úbere. Nesse tipo de mastite, observa-se aumento de temperatura, edemas ou dor na glândula mamária. No leite, podem aparecer grumos, pus ou quaisquer outras alterações em suas características;

-Mastite subclínica: não são observadas mudanças aparentes no leite, sendo necessários exames adicionais. A mastite subclínica pode se alastrar no rebanho, provocar a diminuição na produção de leite, a destruição da funcionalidade da glândula mamária e o desgaste na saúde do animal como um todo. No leite, ocorrem várias alterações, só perceptíveis com exames laboratoriais, que são: aumento de CCS e alterações nos teores de caseína, cálcio, gordura e lactose. Essas alterações provocam diminuição na quantidade de derivados produzidos, perda de qualidade e decréscimo de tempo de prateleira.

Mensurou-se, nos estados de Minas Gerais e São Paulo, que as causas da mastite bovina se dividem da seguinte forma:

-72% : mastite subclínica;

-17,5%: mastite clínica.

Os micro-organismos causadores da mastite são agrupados em dois tipos:

-Causadores de mastites contagiosas: são aqueles que estão adaptados a sobreviverem no corpo do hospedeiro, dentro e fora, causando ou não a doença. As principais fontes de transmissão são:

-Mãos dos ordenhadores;

-Equipamentos utilizados na ordenha;

-Tetos infectados;

-Bezerros;

-Esponjas ou panos utilizados na limpeza.

A maioria desses  micro-organismos causam a mastite subclínica.

-Causadores das mastites ambientais: são microrganismos que estão presentes em vários locais no ambiente e se tornam oportunistas, infectando as vacas e sobrevivendo em seu corpo. As principais fontes de contaminação são:

-Água contaminada;

-Fezes;

-Solo;

-Camas utilizadas;

-O homem.

A maior parte dos micro-organismos ambientais causam mastites clínicas em relação aos causadores da mastite subclínica dessa categoria.

Devido ao grande número de micro-organismos e modos de transmissão envolvidos nos processos da mastite, é bom sempre buscar informações e ter a assistência de um médico veterinário. No dia a dia, deve haver uma maior conscientização de todos  os envolvidos no processo da ordenha. Estes devem se preocupar com a limpeza e a higienização do ambiente, das vacas, dos utensílios, dos equipamentos utilizados, além dos que manejam as vacas.

Aprimore seus conhecimentos, acessando os Cursos CPT, da área Gado de Leite, elaborados pelo Centro de Produções Técnicas (CPT), entre eles o Curso Prevenção e Controle da Mastite.

 

Andréa Rocha 12-09-2013 Pecuária de Leite

Deixe um Comentário

Comentários

Não há comentários para esta matéria.