Ovinos da raça Santa Inês são bons produtores de carne, leite e pele

Estes animais são muito rústicos, sendo possível criá-los em qualquer sistema de produção e pastagem

A ovinocultura de corte apresenta, cada vez mais, resultados satisfatórios para os pecuaristas, em função dos altos preços alcançados e também devido à crescente procura por carne ovina. Para aqueles que desejam iniciar uma criação de ovinos, a raça Santa Inês é uma das que vem sendo difundida em grande parte do Brasil, devido a sua produtividade, habilidade materna e rusticidade.

Ela é uma das principais raças criadas e isso se deve ao fato de ser uma raça de duplo propósito, ou seja, sua produção é voltada tanto para a carne quanto para a pele. Ela teve origem no estado da Bahia, resultado de cruzamentos, seguidos de períodos de seleção e evolução da raça.

O Santa Inês é um ovino deslanado, cujos pelos são curtos e sedosos, apresenta um porte grande, com peso corporal em torno de 80 kg para os machos e de 60 kg para as fêmeas, quando adultos. As pernas são compridas e as orelhas longas, os troncos são fortes e os quartos dianteiros e traseiros são grandes, a ossatura é vigorosa. A carne apresenta baixo teor de gordura e a pele é de altíssima qualidade, por isso é tão procurada pela indústria de vestuário.

Estes animais são muito rústicos, sendo possível criá-los em qualquer sistema de produção e pastagem. As fêmeas são ótimas criadeiras, apresentando frequentes partos duplos. Elas têm uma excelente capacidade leiteira, além de aprumos corretos e boa inserção do úbere, sendo ovelhas indicadas para a cria em ambientes com bons recursos nutritivos. Além disso, uma das principais características da raça Santa Inês é a produção contínua de cordeiros durante todo o ano, já que se trata de uma ovelha poliéstrica anual, ou seja, pode ser acasalada em qualquer época do ano.

Como se não bastassem as vantagens já citadas, os ovinos dessa raça também mostram alto desempenho quando criados a pasto, pois caminham com desenvoltura, além de procurarem os melhores locais de alimentação. Isso confere a eles uma maior adaptabilidade em ambientes diferentes. Ovinos deslanados mostram uma maior aceitação por plantas de folha larga do que os ovinos lanados. Sendo assim, eles consomem uma maior diversidade de plantas, o que permite que sejam criados em pastagens com diversas espécies.

Mas, os pecuaristas também devem saber quais são os pontos negativos da raça, bom vamos a eles. Ao mesmo tempo que a capacidade leiteira dessa raça se mostra uma vantagem, ela também pode ser um problema, uma vez que as ovelhas Santa Inês apresentam um período de lactação mais longo que outras raças voltadas para corte, além de vários animais apresentarem os úberes com implantação insatisfatória. Devido a essas características, o desmame precoce é prejudicado, além de ser mais comum o aparecimento de mastites.

Além dessas características, os ovinos dessa raça apresentam porte pequeno e podem apresentar aprumos defeituosos. Os ossos são muito finos e a constituição é débil, a garupa é excessivamente inclinada, além de curta e com pouca cobertura muscular. Estas são algumas das características que podem ser indesejadas pelos criadores. No entanto, a raça Santa Inês continua sendo uma boa alternativa para a produção intensiva de carne, leite e pele.

Para obter mais orientações a respeito da raça Santa Inês e de outros ovinos deslanados, consulte o curso Criação de Ovinos Deslanados, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas. O curso conta com a coordenação do doutor Edson Ramos de Siqueira. Ele afirma que a produção de ovinos tem crescido no Brasil e o potencial de mercado tem aumentado. Para viabilizar o sistema de produção de carne, o produto oferecido deve ser de ótima qualidade e o produtor deverá fazer uma avaliação custo/benefício para que sua atividade seja lucrativa. Leia também nosso artigo Como obter bons resultados com a criação de cordeiros.

Beatriz Lazia 03-08-2012 Criação de Ovelhas

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