Como trabalhar com produção intensiva de ovelhas

Um estudo realizado pela UNESP mostrou e comprovou a viabilidade econômica do confinamento

A produção de carne ovina tem aumentado, ultimamente, estimulada pelo elevado potencial que apresenta o mercado consumidor dos grandes centros urbanos brasileiros. Além das tradicionais regiões produtoras, a ovinocultura expande-se, agora, por outros estados, sobretudo Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e São Paulo. Em função da diversidade das condições ambientais dessas áreas de criação, estudos vêm buscando novos sistemas de produção, fato que se concretiza, principalmente, pela tendência de intensificação da criação em algumas situações. Destaca-se, nesse caso, a introdução da desmama precoce, com recria e terminação dos cordeiros em regime de confinamento total.

Encontra-se justificativa para a utilização desse sistema, ao analisar, em primeiro lugar, as peculiaridades ambientais das referidas regiões. Trata-se, na maior parte delas, de áreas com precipitações pluviométricas, temperaturas e fotoperíodo propícios à utilização das pastagens, de forrageiras de elevado potencial produtivo, que possibilitam altas cargas animais por área.

Entretanto, tais características climáticas também são bastante favoráveis à manutenção de significativa população de larvas de helmintos nas pastagens, as quais causam sérios transtornos sanitários aos rebanhos, resultando em elevadas perdas econômicas decorrentes tanto dos prejuízos sobre o desempenho dos animais, como das elevadas taxas de mortalidade, mais notadamente de cordeiros.

Várias pesquisas, ao analisarem a sequência de eventos que envolvem o mecanismo das infestações parasitárias, culminando com as perdas produtivas dos cordeiros, confirmam que o problema tem início no final da gestação e durante a lactação. Em função da infestação, os animais tendem a reduzir significativamente o consumo de alimentos e a ter prejudicada a absorção de nutrientes. Como consequência, o rebanho destinado ao abate ganha menos peso como agravante à elevação substancial da mortalidade.

Em vista dessas evidências, e considerando-se as peculiaridades climáticas das regiões supracitadas, sugere-se o sistema de recria e terminação de cordeiros em confinamento, como opção de elevada viabilidade para a maximização da eficiência de produção de carne ovina.

No curso "Produção Intensiva de Cordeiros" elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas são abordados assuntos como a análise sobre a viabilidade econômica do confinamento de cordeiros; alternativas de instalações; técnicas para desmame precoce; manejo nutricional; manejo sanitário; a influência do fotoperíodo; o dia-a-dia no confinamento; e as características genéticas dos cordeiros confinados.

Após fazer o curso e ser aprovado na avaliação, o aluno recebe um certificado de conclusão emitido pela UOV - Universidade On-line de Viçosa, filiada mantenedorada ABED - Associação Brasileira de Educação a Distância.

Apesar de muitos estudos realizados e dos grandes avanços na área, a questão da viabilidade econômica da produção intensiva de cordeiros em confinamento ainda persiste. Isso porque  pressupõe investimentos adicionais, sobretudo em instalações e alimentação, além de ser de grande importância a aquisição de animais geneticamente capazes de responder ao nível nutricional das dietas oferecidas.

Ainda assim, salvas tais restrições, um estudo realizado pela UNESP (Universidade do Estado de São Paulo), mostrou e comprovou a viabilidade econômica do confinamento, depois de comparar as despesas e receitas de dois sistemas de terminação de cordeiros, 36 em pasto e 29 em confinamento.

http://www.youtube.com/watch?v=ozpzQK6pus4