Abate e comercialização de animais silvestres

Prática com grandes retornos financeiros

 

Uma análise de mercado, para os produtos oriundos da criação de animais silvestres, mostra que somente a carne tem conseguido atingir uma boa faixa de consumidores. Outros subprodutos, como pelos, couro, gordura, dentes ou ossos, apesar da possibilidade de serem utilizados de alguma maneira, ainda não têm mercado, ou sua exploração não oferece remuneração suficiente para sua separação da carcaça e venda.

Pode-se dizer que, depois da carne, os principais produtos comercializáveis, em um criatório de animais silvestres, são as matrizes e os reprodutores. Mas, vale destacar que, historicamente, o mercado de reprodutores de animais nativos não tem oferecido a mesma remuneração que ofereceram os mercados de exóticos, como é o caso de avestruzes e javalis, que, na década de 90, foram vendidos a preços altíssimos. Isso, porque essas espécies passaram por um período em que muito se especulou com seu preço e sua disponibilidade.

As churrascarias são os maiores compradores de carne de animais silvestres. O produto tornou-se um importante diferencial para esse tipo de estabelecimento, que atrai fregueses interessados em consumir alimentos diferenciados. O consumo nas maiores churrascarias pode passar de uma tonelada ao mês, fato já relatado por distribuidores de carne. Essas churrascarias também têm feito excelente divulgação da carne de animais silvestres, ajudando a difundir a venda a varejo.

A maioria dos criadores começam fazendo o abate caseiro. Depois percebem que a distribuição de seu produto em escala comercial torna-se inviável, porque não há como comercializar sem o aval da inspeção. Outro aspecto a considerar é que a infra-estrutura disponível na fazenda, para o abate caseiro, geralmente, é bastante precária, inviabilizando o abate de um maior número de animais.

Uma alternativa para o criador de animais silvestres é a verticalização da atividade, com a construção de um abatedouro. É preciso, obviamente, levar em conta que há necessidade de alta produção, para que o abatedouro se torne economicamente viável, tanto em termos de retorno ao investimento feito em infra-estrutura, como nos custos de operação. Outra saída é a associação entre criadores, para construção de um abatedouro comum.

Para auxiliar os criadores que desejam fazer o abate e a comercialização de animais silvestres, o CPT - Centro de Produções Técnicas elaborou o Curso Abate e Comercialização de Animais Silvestres. O coordenador do curso, Paulo Bezerra Silva, orienta sobre sistemas de produção, formas de comercialização, montagem e operação de um abatedouro, comercialização além de tendências de mercado.

Beatriz Lazia 01-11-2011 Pequenas Criações

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