Cultivo orgânico em estufas

O cultivo protegido  permite o cultivo de hortaliças orgânicas fora de sua época

 

A agricultura orgânica é um sistema que se baseia nos ciclos de energia e nutrientes, tendo como modelo os ecossistemas. Nessa prática, o cultivo da terra é feito sem o uso de produtos químicos sintéticos ou tóxicos ao ambiente ou aos humanos. Sendo assim, os agricultores que utilizam essa técnica passam a ser ecologistas praticantes, pois preservam o ambiente.

Como a proposta da agricultura orgânica é contrária ao uso de agrotóxicos, o cultivo de qualquer espécie, fora de época, seria inviável. No entanto, o cultivo protegido, por meio de casas de vegetação (estufas) e de túneis de cultivo forçado, permite o cultivo de hortaliças orgânicas fora de sua época.

Para o produtor que deseja dar início ao cultivo orgânico de hortaliças em estufa, é necessário que ele obedeça a alguns critérios para definir o local e a maneira de se construir tal estufa. Fatores como clima, posição em relação ao sol, altitude, latitude, tipo de solo, direção e velocidade do vento, disponibilidade de água para irrigação, resistência da estrutura, vedação, luminosidade, orientação da estrutura e do plantio e ventilação devem ser considerados pelo produtor na hora da escolha do local.

Para a construção de estufas, além dos fatores citados acima, o produtor deve levar em conta também os modelos e as dimensões de tais estufas para a agricultura orgânica. Quanto ao modelo ideal, existem muitos modelos de estufas atualmente em uso, mas os mais comuns e recomendados para a horticultura orgânica são os de arco, de capela e geminada. O modelo em aro é composto por arcos de diâmetros e altura variáveis, geralmente fixados em um suporte. O capela é constituído por um telhado em duas águas, podendo ser totalmente em metal, madeira aparelhada ou eucalipto. Já os modelos geminados são recomendados para terrenos inclinados.

Quanto à infra-estrutura e aos investimentos que serão necessários para a implantação de um projeto de horticultura protegida, estes dependerão de análises criteriosas dos fatores já citados bem como infra-estrutura disponível (máquinas e implementos, veículos para distribuição, energia elétrica, tanques e/ou represas para irrigação, casas e barracões, estradas, cercas entre outros), além de capital disponível para custear a instalação e para mantê-la.

Quanto à escolha do que cultivar em estufa, as culturas mais praticadas em ambientes protegidos são a alface, o tomate, o pimentão e  o pepino japonês, embora exitam outras que também têm potencial. Um critério que pode ser seguido para definir quais culturas podem ser efetivadas sob estufa é o rendimento bruto por metro quadrado, ou seja, o potencial produtivo da cultura.

Podemos citar como exemplo, a abobrinha e a vagem que, quando cultivadas a céu aberto, são pouco produtivas, mas, quando cultivadas em estufa, têm seu período de colheita prolongado, aumentando muitas vezes a sua produtividade. Outras culturas, como o brócoli e salsão, também têm potencial para o cultivo em estufa, pois simplesmente desaparecem do mercado nos meses de março/abril, sendo uma boa opção de renda para os produtores nesses meses.

Por fim, em relação ao controle fitossanitário em horticultura orgânica protegida, a estufa constitui uma barreira física para a entrada de insetos e patógenos no seu interior. Porém, para uma maior segurança, recomenda-se também o uso de redes de proteção e desinfetantes na entrada da estufa. Além disso, um manejo do solo, água, temperatura e umidade, associados à variedade e ao sistema de condução adequados, assegura um alto nível de resistência às culturas.

Para obter mais informações, consulte o curso Cultivo Orgânico de Hortaliças em Estufa, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas. O curso conta com orientações a respeito dos princípios da agricultura orgânica, o que plantar, manejo correto entre outros. Leia também nosso outro artigo Cultivo orgânico de hortaliças - sistemas de produção.

Beatriz Lazia 28-08-2012 Agricultura Orgânica

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