Café orgânico e seu cultivo

Para uma produção orgânica, o manejo do solo é um dos aspectos mais importantes

 

O café é uma bebida popular dos brasileiros desde o século XVIII, e desde essa época ele vem ganhando novos adeptos e também novos sabores e formas de cultivo, como é o caso do café orgânico. Outro fator que contribuiu e muito para o sucesso do café orgânico é que, por volta do final dos anos 90, os custos do manejo do café convencional se tornaram insustentáveis devido a desequilíbrios ambientais, pragas e doenças, além de desgaste do potencial produtivo do solo.

Sem contar que no mercado existe espaço garantido para produtos orgânicos, inclusive o café. E as vantagens desse cultivo são inúmeras, entre elas a preservação dos recursos naturais, o desenvolvimento da agricultura familiar, a ausência de barreiras ambientais, o melhoramento da saúde, a satisfação dos agricultores envolvidos e o mercado consumidor disposto a pagar cerca de 50% a mais pelo produto.

Quanto às limitações, essas existem no início da lavoura do café orgânico, principalmente quando há o convertimento de lavouras tradicionais para o orgânico, pois existe uma queda de produtividade inicial. Existe também a necessidade de certificação, pesquisas na área e capacitação dos técnicos que irão trabalhar com o café orgânico. No entanto, esses investimentos iniciais são primordiais para o sucesso da lavoura, que, além de contribuir com a sustentabilidade, trará benefícios aos produtores.

Para aqueles produtores que já têm uma cultura implantada e que deseja transformá-la em orgânica, recomenda-se iniciar um processo de racionalização no uso de insumos, ou mesmo substituí-los. Em seguida, cultivar em algumas partes da lavoura, escolhendo para isso talhões mais equilibrados e com mais chances de sucesso e, aos poucos, vai se inserindo o sistema em toda a área.

No caso dos produtores que irão iniciar uma lavora de café orgânico, aconselha-se o uso de variedades resistentes às principais doenças e pragas, além de fazer o preparo da área e implantar alguma prática para recuperação de matéria orgânica do solo. Nestes casos, a adubação verde é a melhor opção, além de um planejamento que inclua visão de mercado.

Para uma produção orgânica, o manejo do solo é um dos aspectos mais importantes, seja pelo fornecimento de nutrientes para as plantas ou pela manutenção de um sistema complexo, que irá abrigar organismos responsáveis pelo processo de ciclagem de nutrientes. E a adubação deverá ser feita por meio de aplicação de resíduos vegetais e animais, que deverão ser originados no solo e podem ser complementados com substâncias minerais de origem não industrial. Podem ser usados estercos de animais, cama de curral, adubos verdes, vinhaça, sempre atento para a procedência deles, sendo interessante que eles passem por uma compostagem antes.

Os produtores que desejam investir nesse ramo de produção podem ficar tranquilos quanto ao mercado, pois o Brasil tem condições favoráveis para oferecer quantidades expressivas de café de qualidade, seja para o mercado interno ou para o mercado internacional. Sendo que aquele está cada vez mais disposto a buscar por produtos de excelência, ou seja, os cafés diferenciados.

O cafeicultor que se decidir por uma produção de café orgânica deverá incorporar uma série de princípios, que englobará, entre outras coisas, uma integração entre produção vegetal e animal, recursos naturais e o homem. O Brasil só tem a ganhar com essa forma de cultivo, pois melhora sua imagem no mercado internacional. Além disso, é bom para os produtores porque volta a incentivar a agricultura familiar.

Para mais informações, consulte o curso Produção de Café Orgânico elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas. O curso conta com a orientação do professor Ivan Franco Caixeta, que abordará temas como escolha da variedade, produção de mudas, plantio, tratos culturais, colheita e preparo, entre outros. Leia também nosso outro artigo a respeito Plantio de café orgânico.

Beatriz Lazia 21-06-2012 Cafeicultura

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