Flores comestíveis: cultivo de plantas ornamentais para utilização na culinária

As flores comestíveis são flores comuns de algumas espécies, utilizadas nos mais variados pratos

 As flores comestíveis são flores comuns de algumas espécies, utilizadas nos mais variados pratos.

Flores comestíveis: cultivo de plantas ornamentais para utilização na culinária

Na verdade, já consumimos flores comestíveis há muito tempo. Quem tem o hábito de se alimentar com couve-flor ou brócolis, por exemplo, nem nota que ambos são flores.  Entretanto, há algum tempo, chefs de cozinha começaram a incorporar outras espécies de flores, em seus pratos, buscando um efeito ornamental e também um toque diferente no paladar das pessoas. Não só em nosso país como no mundo inteiro, essa prática expandiu-se fomentando um mercado diferenciado. Daí surgiram produtores exclusivos desse tipo de flores.

Algumas espécies de flores comestíveis

Capuchinha Anã Singela Sortida

Capuchinha Anã Singela Sortida

Nome Científico: Tropaeolum majus;

Nomes Populares: Capuchinha, Nastúrcio, Chaguinha;

Outros nomes: Chagas, Capuchinho;

Família: Tropaeolaceae;

Origem: América do Sul;

Ciclo de Vida: Anual/bienal;

Germinação 5 a 14 dias;

Ciclo até o início da floração (dias): 110.

O uso da Capuchinha, na culinária, teve início na China. Ela é considerada umas das pioneiras no meio gastronômico. Possui sabor levemente picante, lembrando o agrião e é rica em vitamina C. Alguns especialistas acreditam que a Capuchinha tem propriedades digestivas.

Amor-Perfeito Crespo Sortido

A Amor-Perfeito Crespo Sortido possui um visual muito bonito e um gosto suave e campestre

Nome Científico: Viola tricolor;

Nomes Populares: Amor-Perfeito Crespo, Violeta-Borboleta;

Outros nomes: Pensamento;

Família: Violaceae;

Origem: Ásia e Europa;

Ciclo de Vida: Perene;

Germinação 7 a 21 dias;

Ciclo até o início da floração (dias): 150.

O Amor-Perfeito também é uma das pioneiras na culinária. Possui um visual muito bonito e um gosto suave e campestre. Tem uma versatilidade muito grande, podendo ser servida em sobremesas, saladas, bebidas e para aromatizar vinagre, além de obter bons resultados quando cristalizada.

Cravina Anã Singela Sortida

Flor Cravina Anã Singela Sortida

Nome Científico: Dianthus chinensis;

Nomes Populares: Cravo-da-China ;

Outros nomes: Tapete Persa;

Família: Caryophyllaceae ;

Origem: Ásia e Europa;

Ciclo de Vida: Perene;

Germinação 7 a 14 dias;

Ciclo até o início da floração (dias): 120.

A Cravina lembra o gosto do cravo-da-índia, só que levemente adocicada. No entanto, deve-se ter cuidado para retirar a parte basal da flor, que é amarga. Sempre foi utilizada para aromatizar açúcar, geleias, vinagre e vinho. Pouco depois, incorporou-se o seu uso em saladas, sobremesas, queijos cremosos e patês. Além de sua forma cristalizada, para enfeitar bolos e tortas.

O cultivo das flores comestíveis

Para se comercializar as flores como comestíveis, o seu cultivo não pode ser feito como as de jardim. É preciso maiores cuidados em termos de fitossanidade e manejo. Existem cultivos em casa, feitos em vasos e jardineiras, mas também requer cuidados, especialmente na colheita.

Em cultivos comerciais,  primeiramente, o produtor adquire as sementes, que podem ser dos mais variados fornecedores ou de produção própria. No caso de fornecedores, verifica-se a qualidade e a idoneidade das sementes. Já na produção própria, verifica-se a sanidade, a boa germinação e o vigor.

As sementes são colocadas para nascer em sementeiras, que podem ser de areia, como em produção de mudas normais, ou bandejas. Elas permanecem nesse local em torno de 60 dias. Quando atingem o tamanho para transplantio, são levadas para vasos ou canteiros em  ambiente protegido (estufas), em canteiros elevados. Nesse ambiente, adequa-se o solo conforme cada exigência de pH e fertilidade das diferentes espécies.

Outra condição é o controle da temperatura e da irrigação que esse ambiente proporciona. A maioria dos produtores usa esse ambiente para ter melhor controle de pragas (pulgões e cochonilhas) e doenças (principalmente fúngicas). Se necessário, a maioria dos produtores faz uso de produtos de origem biológica ou naturais. Isso garante uma produção de qualidade e bastante saudável para o consumidor final. No entanto, como as estruturas para cultivo protegido e tecnologia de irrigação são de alto custo, convém se fazer um estudo de mercado antes de iniciar o empreendimento.

A parte mais delicada da operação é a colheita. Existem produtores que só aproveitam cerca de  30% da produção, com seus critérios de seleção. Por isso, a colheita das flores comestíveis deve ser feita à mão, em horários mais frescos do dia, para evitar secamento precoce das pétalas, perda de cor e de sabor. São descartadas todas as flores que apresentarem imperfeições, manchas e outras deformações. Já as flores em perfeitas condições são levadas para a separação de suas partes comestíveis e para serem lavadas. Essa operação deve ser feita com água fria e com muito cuidado para evitar possíveis danos. Por fim, são embaladas e encaminhadas ao mercado.

O mercado principal de flores comestíveis são os restaurantes, os hotéis e as confeitarias. Mas já existem nichos do varejo, que vendem essas flores comestíveis para o uso do consumidor.

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Andréa Rocha 11-07-2013 Floricultura

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