Plantas transgênicas: tire suas dúvidas desta tecnologia tão utilizada e polêmica

Plantas transgênicas criam grandes polêmicas em meio a preocupações quanto à saúde humana, por isso é preciso que se conheça melhor essa tecnologia

 Plantas transgênicas criam grandes polêmicas em meio a preocupações quanto à saúde humana, por isso é preciso que se conheça melhor essa tecnologia.

Plantas transgênicas: tire suas dúvidas desta tecnologia tão utilizada e polêmica

Plantas transgênicas são obtidas por meio da utilização da engenharia genética, que combina genes de diferentes espécies. Esta combinação tem como objetivo originar um indivíduo com características melhoradas em relação ao original. Na década de 70, já era possível obter resultados dessa tecnologia com o desenvolvimento das técnicas de DNA recombinante. Estas têm a capacidade de combinar características de espécies, o que não aconteceria na natureza de maneira normal. Atualmente, na agricultura, são amplamente utilizadas plantas transgênicas na cultura da soja, do milho e do algodão. Os principais países que já usam essa tecnologia são: Estados Unidos, Canadá, Brasil, Argentina, China e Índia.

Basicamente, a produção de plantas transgênicas consiste em:

-Identificar-se um gene de interesse - resistente a doenças, pragas ou herbicidas e/ou outras;

-Transferir esse gene para o DNA das células da planta de interesse;

-Conseguir regenerar uma planta inteira a partir de uma célula modificada.

Características principais dos genes de interesse:

-Input: são características que estão relacionados ao processo produtivo, como resistência a pragas, doenças e herbicidas;

-Output: são características relacionadas à qualidade da produção, voltadas ao consumidor, como aumento de nutrientes nos alimentos e aumento do tempo de prateleira.

As plantas transgênicas liberadas para comercialização atualmente têm características input em suas modificações.

As técnicas para se transferir o gene são:

-Utilização de bactérias: as bactérias do gênero Agrobacterium são comumente achadas nos solos e, em contato com raízes de plantas dicotiledôneas, produzem tumores nas raízes, formando nódulos. Estes são formados graças à modificação genética introduzida na célula das plantas por um plasmídeo de nome TI, que contém códigos de DNA capazes de interagir com o DNA da célula da planta e modificá-los. Sendo assim, é possível utilizar esse plasmídeo TI para se introduzir genes de nosso interesse, nas plantas;

-Bombardeamento balístico: como a utilização de bactérias só pode ser em plantas dicotiledôneas, existe esse método balístico, que pode ser utilizado na maioria das plantas de interesse. Consiste em se utilizar um aparelho de bombardeamento ou aceleração microscópico, sendo atualmente muito utilizado o de hélio. Este, em condições de vácuo, facilita a penetração na célula, introduzindo microprojéteis  de tungstênio ou ouro nas células. Os projéteis são carregados por precipitação com DNA para que este entre na célula e faça a modificação que se espera.

Regeneração de plantas

A partir da introdução do gene selecionado, regenera-se a planta, a partir de uma célula, uma planta adulta e produtiva. Existem marcadores de DNA utilizados para saber quais células possuem a modificação para que sejam preferencialmente regeneradas. De acordo com o tipo de espécie cultivada, existem técnicas desenvolvidas pela biotecnologia para se fazer essa regeneração, pois cada planta tem exigências nutricionais específicas e meios para que isso ocorra. Geralmente, são desenvolvidos indivíduos em casas de vegetação.  Das sementes que eles produzem, faz-se os plantios e os testes para se saber se as características desejáveis da planta foram realmente passadas.

Alguns tipos de plantas transgênicas:

-Resistentes a herbicidas: soja e milho;

-Resistentes a lagartas: milho e algodão;

-Resistente a doenças : mamão;

-Aumento da qualidade nutricional: arroz.

Pontos positivos:

Os melhoristas podem utilizar técnicas que não demandam cruzamentos e hibridismo, aumentando seu leque de opções. Com isso, os agricultores utilizam menos agroquímicos, o que é melhor para o meio ambiente e para o homem. No futuro, pode haver melhora de condições nutricionais para o consumidor, pois ainda não existem sementes comerciais com essas finalidades.

Pontos negativos:

A melhoria genética não aumenta a produtividade direta, pois ela é expressão de vários genes. A transgenia é limitada de acordo com a capacidade de regeneração das espécies. Estas espécies modificadas ainda estão nas mãos de poucas empresas e se paga caro pela tecnologia. Existe a probabilidade de plantas consideradas daninhas adquirirem a resistência da transgenia, gerando problemas para o agricultor. Em plantas que combatem insetos, existe a probabilidade de surgirem rapidamente gerações de insetos resistentes. Como as plantas são geneticamente modificadas, podem surgir alergias não identificadas nos seres humanos.

No mercado, já existe a produção de soja, milho e algodão transgênicos. Estes geram produtos que já fazem parte no nosso dia a dia, como o óleo de soja e as rações para cachorros. Estes produtos, por lei, têm a identificação na embalagem que contém produtos de origem transgênica. Atualmente, são feitos diversos testes de toxidez, em vários países, para avaliar se esses produtos realmente trazem algum mal aos seres humanos. Em certas culturas, como a japonesa, não é liberado o consumo de produtos transgênicos. Mas uma coisa é certa, a tecnologia funciona e já é amplamente utilizada, sendo fruto de inovações constantes. Por isso, estude e atente para o desenvolvimento da transgenia. Só assim, você poderá tirar suas próprias conclusões!

Aprimore seus conhecimentos, acessando os Cursos CPT, da área Agricultura, elaborados pelo Centro de Produções Técnicas (CPT).

Andréa Rocha 02-08-2013 Agricultura

Deixe um Comentário

Comentários

Não há comentários para esta matéria.