Características da madeira do eucalipto

Você como a madeira do eucalipto é? Isso explica sua importância!

O eucalipto possui características na sua madeira que é o que a tornam rentável, útil e uma ótima opção de investimento. A madeira do eucalipto é fácil de ser trabalhada por ser de composição simples e homogênea. O professor José Tarcísio do Curso CPT de Uso da Madeira de Eucalipto na Fazenda, explica a composição e o uso do eucalipto.

A madeira de eucalipto

Quanto às características gerais do gênero Eucalyptus, destaca-se o alburno delgado, com menos de 3 cm e de coloração clara. O cerne, segundo ALFONSO (1987), apresenta cor variando desde amarelado, até vários tons pardo-avermelhados e vermelhos. A madeira apresenta pouco brilho, grã-direita à revessa, textura fina à média; macia a moderadamente dura ao corte, com cheiro e gosto indistintos. Quanto à massa específica aparente, esta varia desde as mais leves, passando à média, até aquelas bastante pesadas, ou seja, como publicado por ALBUQUERQUE (1991), com valores variando de aproximadamente 0,40-1,20 g/cm³.

O gênero se caracteriza por uma constituição anatômica muito homogênea entre as espécies, sendo, portanto, de difícil separação. Como mostrado em ALFONSO (1987), o xilema secundário na maioria das vezes apresenta poros solitários, existindo, portanto, exceções como, por exemplo, as espécies de E. maculata e E. citriodora, em que estes variam de solitários a múltiplos de 2 – 4.

Quanto ao parênquima axial, o gênero caracteriza-se pela relativa abundância de tal elemento, na maioria das espécies com tipos variados do difuso esparso, subagregado, vasicêntrico e confluente. Quanto ao parênquima radial, o gênero possui raios relativamente finos e baixos; com predomínio dos unisseriados, localmente bisseriados e bisseriados.

Quanto às fibras, há um predomínio daquelas libriformes, de paredes espessas a muito espessas naquelas espécies com madeiras mais densas como E. microcorys, E. maculata, E. propinqua, E. paniculata, E. citriodora, E. tereticornis, E. camaldulensis, E. cloeziana, E. punctata, entre outras. Também, algumas espécies apresentam cristais rombóides, em séries cristalíferas nas células do parênquima axial, ou ainda no raio como nas espécies de E. maculata, E. citriodora e E. siderophloia.

Outra característica importante, em algumas espécies como E. maculata e E. citriodora, é a presença de canais traumáticos, que ocorrem principalmente devido a algum “estresse” sofrido pela árvore durante o período de formação.

Quanto à estrutura anatômica da madeira de eucalipto, deve ser destacada ainda a formação de tiloses nos vasos de boa parte das espécies, que às vezes podem levar à sua completa obstrução, bem como o pequeno diâmetro das pontuações aureoladas que fazem a conexão entre os fibrotraqueideos ou entre estes e os elementos vasculares. Essas características estão diretamente associadas à permeabilidade do cerne da madeira de eucalipto.

As pontuações de diâmetros diminutos são responsáveis, em grande parte, pela dificuldade de secagem e a praticamente inexistente tratabilidade de tais lenhos. Por apresentar uma constituição anatômica relativamente simples e homogênea quanto à morfologia dos elementos anatômicos, a madeira de eucalipto caracteriza-se por uma trabalhabilidade relativamente fácil, podendo conseguir cortes e superfícies de qualidade, sem maiores dificuldades.

Um aspecto positivo, em relação à madeira de eucalipto, é o grande espectro de propriedades em função das diferentes espécies que são facilmente cultivadas no país. Assim, tem-se desde madeiras leves e de baixa durabilidade, até aquelas madeiras aptas às utilizações estruturais e de relativa durabilidade, mesmo sem serem preservadas. Hoje em dia, algumas empresas optaram pelo desenvolvimento de clones, provenientes de matrizes selecionadas e melhoradas para usos específicos, como, por exemplo, destinados à produção de madeira para serraria de excelentes qualidades.

Conheça os Cursos CPT da Área Produtos Florestais
Por Eduardo Silva Ribeiro.