Saiba quais são os processos de tratamento da madeira na própria fazenda

Estes processos podem ser divididos em dois grupos bem distintos: processos sem pressão e aqueles com pressão ou industriais

Processos sem pressão: neste grupo estão inclusos os métodos nos quais não há pressão externa aplicada para forçar a penetração do preservativo na madeira. Esses métodos são pincelamento, aspersão, imersão rápida ou prolongada, banho quente-frio, substituição de seiva (transpiração radial) e o processo Boucherie.

Esses métodos são baseados nos seguintes princípios: difusão, capilaridade e absorção térmica. A difusão é um fenômeno que ocorre quando existe uma diferença de potencial químico entre a solução preservativa e a que existe no interior da madeira.

A capilaridade ocorre quando um liquído sobe num tubo capilar, molhando as paredes do tubo, devido à uma forte pressão de adesão entre o liquído e a parede. Já a absorção térmica ocorre quando um diferencial térmico induz, uma redução de pressão interna do ar da madeira, que é responsável pela absorção do preservativo.

Os métodos de pincelamento, imersão rápida e aspersão são utilizados para o tratamento de tábuas, após o desdobro, principalmente para evitar infestação por fungos manchadores. Nos métodos de imersão, o importante, para um tratamento ser bem sucedido, está na concentração do produto.

O método do banho quente-frio consiste em colocar a madeira em contato com o preservativo quente, sempre utilizando um preservativo oleoso, normalmente o creosoto puro ou diluído em óleo. O tempo de duração do banho quente dever ser de aproximadamente duas horas. A partir daí, a madeira deve ser  transferida para o banho frio, ou seja, um tanque contendo o preservativo à temperatura ambiente, que deverá ficar por um tempo mínimo de quatro horas.

O método da substituição de seiva é empregado para madeira verde, onde ao sair por capilaridade, a água contida na madeira deixa o lugar para uma solução de preservativo hidrossolúvel. O processo consiste em colocar a madeira recém-abatida, disposta verticalmente com a base submersa em um recipiente contendo a solução preservativa.

Os processos de tratamento da madeira sem pressão, são basicamente paleativos, por não haver praticamente nenhum controle sobre os diferentes métodos. No entanto, se conduzidos de maneira adequada pelo produtor florestal, pode-se ter um aumento considerável na vida útil da madeira.

Processos industriais ou de pressão: Os processos de impregnação com pressões superiores a atmosférica são, sem dúvida, os mais eficientes, em razão da retenção, penetração e distribuição adequadas dos preservativos utilizadas. Nesses processos, há um controle total das operações, o que resulta em garantia de uma proteção efetiva, com economia de produtos.

Porém, tais processos apresentam algumas desvantagens, como o custo do equipamento, a manutenção e mão-de-obra especializada, além do transporte da madeira até uma usina de preservação de madeira. A maior parte dos processos com pressão utilizam madeira com teor de umidade abaixo do ponto de saturação das fibras, menor que 30%.

Para mais orientações, o CPT - Centro de Produções Técnicas elaborou o curso Secagem e Tratamento de Madeira na Fazenda. O curso tem a coordenação do professor José Tarcísio da Silva Oliveira, que orienta a respeito da estrutura e características da madeira, etapas de secagem, secagem da madeira na fazenda, tratamento industrial, entre outros.