Criação de capivaras: animais silvestres e rústicos, com boa produção

A criação de capivaras ainda é pouco explorada, considerando que são animais de fácil manejo e boa produção de carne

 A criação de capivaras ainda é pouco explorada, considerando que são animais de fácil manejo e boa produção de carne.

Criação de capivaras: animais silvestres e rústicos, com boa produção

A criação de capivaras é um bom exemplo de animais silvestres do nosso país, criados em cativeiro, com um manejo relativamente simples. As capivaras demonstram rusticidade e são  herbívoras, o que facilita a sua alimentação. A adoção da criação semi-intensiva tem sido a melhor maneira de se conduzir a espécie. No entanto, antes de tudo, deve-se procurar um profissional cadastrado que faça as autorizações, junto ao órgão ambiental competente.

Características:

Vida útil da fêmea - 6 a 8 anos, até 8 partos;

Vida útil do macho - 5 a 7 anos;

Relação macho x fêmea - 1 macho para 6 a 8 fêmeas;

Maturidade sexual do macho - 15 a 18 meses;

Maturidade sexual da fêmea - 13 a 15 meses;

Cio -  24 horas;

Ciclo estral - 7,5 dias;

Período de gestação - 5 meses;

Idade do primeiro parto - 26,3 meses;

Intervalo entre partos - 9,4 meses;

Peso ao nascer - 0,79 a 3,40 kg;

Peso ao desmame - 6 kg;

Peso ao abate - 35 a 45 kg;

Peso máximo - 100 kg;

Rendimento de carcaça - 50 a 60 %;

Número de crias por parto - pode variar de 4 a 9 crias.

Aquisição de animais:

As capivaras podem ser adquiridas de criadores ou capturadas na natureza, com a autorização do órgão ambiental competente.

Ambiente:

Por se tratarem de animais rústicos, as capivaras devem ser criadas, em piquetes de reprodução, que variam de 0,5 a 1 ha. Estes oferecem opções de criação de 1 macho para 7 fêmeas, ou 2 machos para 15 fêmeas. Os piquetes de terminação também devem ter em torno de 0,5 a 1 ha, com capacidade máxima para 60 animais. Nos piquetes de terminação, deve haver açude, pastagem natural e local sombreado. Os piquetes devem ser cercados com telas e os mourões devem ser fincados a cada 10 m.

As instalações devem prever comedouros, locais de contenção e balança para, no mínimo, 150 kg.

Alimentação:

Devem ser servidas rações feitas de milho, com adição de concentrados. Da mesma forma, podem ser formuladas rações, utilizando sorgo, cascas de arroz e outros. As forrageiras servidas devem ser cultivadas e cortadas na propriedade, sendo bastante usados o capim-elefante, o milheto, o sorgo forrageiro, entre outros.

O manejo da capivara deve ser feito em mangueiras, principalmente porque esta pode ser atraída, se depositados alguns alimentos. Com isso, a capivara poderá ser mais facilmente marcada, separada das outras, ou ainda curada de alguma enfermidade.

Abate:

Um rebanho de 15 fêmeas e 2 machos produz cerca de 80 terminados por ano. Uma criação comercial de capivaras deve ter, em média, 30 matrizes. Estas são abatidas, quando atingem  de 35 a 45 kg de peso vivo, em instalações adequadas, de acordo com as necessidades sanitárias e as legislações cabíveis.

Produtos:

A carne de capivara é rica em proteína, cerca de 22 a 24%, e possui pouca gordura, cerca de 1 a 4% , o que a torna uma excelente opção para quem deseja dietas mais saudáveis. A carne deve ser comercializada congelada, embalada a vácuo, com selo de autorização de criação, expedido pelo órgão ambiental competente.

Ainda pode ser comercializado o óleo de capivara, rico em ácidos graxos,  e o couro, que é bem macio, resistente, flexível e assemelha-se a uma camurça.

Há muito a ser explorado, no mercado de capivaras, devido às ótimas características da sua carne e de seus derivados, que podem trazer benefícios para a saúde humana. Esta pode ser comercializada, em mercados nobres, como carne de caça, sendo seus consumidores de alto poder aquisitivo. Além disso, a carne de capivara é, praticamente, de produção orgânica e sustentável e sua criação pode preservar a fauna natural.

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Andréa Rocha 09-08-2013 Animais Silvestres

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