Aplicação de vacinas em Aves

Saiba as formas que você pode garantir a vacinação de frangos.

 

Aplicação de vacinas em Aves   Artigo CPT

Existem várias possibilidades de aplicação de vacinas, dependendo do seu tipo, viva ou morta. A escolha de uma via de administração não é muito simples, pois várias condições práticas devem ser consideradas. Pensando nessa condição, o professor Tadeu Cotta do Curso CPT de Produção de Frangos de Corte, nos explica como administrar as vacinas de diversas formas.



A. Vacinação pela água

É o método de vacinação massal mais disseminado em avicultura. As vacinas vivas podem ser administradas por este meio. Entretanto, a água não deve conter desinfetantes, os quais, se presentes, tornariam a vacinação ineficaz.

As vantagens deste método de vacinação são o mínimo manejo das aves e a baixa possibilidade de reações secundárias indesejáveis. Os inconvenientes são a baixa proteção adquirida e a desuniformidade da distribuição.

As aves devem estar com sede para consumir imediatamente a água vacinal. Para isso, deve-se deixá-las sem água por um tempo variável, segundo a temperatura ambiente: em épocas de calor, uma hora sem água pode ser suficiente; em épocas mais frias, esse tempo deve ser maior. Entretanto, elas não devem estar excessivamente sedentas, sob o risco de muitas consumirem muita água vacinal, em detrimento de outras aves do plantel.

Na hora de preparar a diluição da vacina, deve-se usar leite desnatado, para neutralizar os possíveis desinfetantes. Ele também protege os vírus vivos contra a osmose produzida quando da diluição em grandes quantidades de água. Para tanto, usar cerca de 3 g de leite em pó desnatado para cada litro d’água, ou cerca de 30 cc de leite líquido desnatado por litro de água.


B. Intraocular ou intranasal

Consiste em depositar uma gota da vacina no olho, ou em um orifício nasal, respectivamente. É importante que se deixe a ave piscar ou inalar, segundo o caso, a gota desaparecendo no olho ou na narina, antes de soltá-la. Um diluente colorido, que tinge o olho, favorece a boa administração da vacina. Este método assegura uma proteção de quase 100%, aconselhado empregá-lo quando da realização de outras operações: retirada dos pintos de um dia das caixas, debicagem, pesagem.

As vantagens deste método são a obtenção de uma boa imunidade tissular. Dependendo do tipo de vírus e da cepa utilizada, obtém-se elevada produção de anticorpos, com grande uniformidade de resposta imunitária. As desvantagens são o estresse causado pela captura das aves, e o manejo que requer muita mão de obra.


C. Injeções

Elas podem ser subcutâneas ou intramusculares. Erros de vacinação podem aparecer devido a falhas na regulagem das seringas automáticas, ou aplicação em lugares inadequados. A pressa também pode contribuir para falhas de aplicação.

A vacinação intramuscular deve ser feita no músculo peitoral, preferencialmente, ou na coxa; a subcutânea deve ser realizada debaixo da pele da nuca, elevando-a com os dedos para formar um espaço entre a pele e as estruturas subjacentes. As vantagens são a boa uniformidade e a alta imunidade obtida. As desvantagens são decorrentes do estresse ao se manipular as aves, assim como há o risco de se atingir estruturas sensíveis.


D. Punção da asa

É realizada mediante a introdução de uma lanceta de duas pontas metálicas embebidas de vacina, na membrana da asa, e não no músculo. Para tanto, a asa deve ser estendida por um auxiliar. A lanceta deve ser substituída após um certo número de punções realizadas, para evitar as contaminações.

A eficácia deste tipo de vacinação pode ser verificada após uma semana, observando se a vacina “pegou”. Neste caso, aparece uma espécie de pústula no local da aplicação.

As vantagens deste método são a boa uniformidade no lote, e a possibilidade de ver se a vacina “pegou” ou não. As desvantagens são a exigência de mão de obra, o estresse de captura, e as reações secundárias, se aplicadas no músculo.


E. Escarificação

É um método pouco usado, consistindo em se retirar algumas penas da região da coxa, aplicando-se, em seguida, a vacina mediante um pincel ou aplicadores tópicos comerciais. As vantagens são a obtenção de níveis altos de imunidade, boa uniformidade imunitária e poder apreciar a reação vacinal. As desvantagens são o estresse causado pelo manejo e a exigência de mão de obra.


F. Aspersão

É um método massal que caiu no uso em situação de campo, principalmente por causa da necessidade de se adquirir equipamentos apropriados — que formem spray. Nem sempre se obtêm partículas vacinais de tamanho adequado no aerosol formado; e a ventilação pode arrastar as partículas para longe das aves.


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Por Eduardo Silva Ribeiro.

Eduardo Silva Ribeiro 19-05-2022 Avicultura

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