A criação de frangos e galinhas caipiras é muito comum no meio rural. Já é uma tradição, desde os tempos da colonização, com a vinda das primeiras naus portuguesas. Várias raças são chamadas caipiras e sempre tiveram uma caráter de criação de terreiro, de forma extensiva, sem alimentação definida e cuidados com sanidade. Com isso, as produções nunca foram muito grandes, mas, em compensação, a procura por frango e galinha caipiras, tanto para o consumo da carne de frango, como o de ovos, é crescente, principalmente pelos habitantes das cidades. Atualmente, há tecnologia para que se faça a criação de galinhas e frangos caipiras, mantendo a produção com gostinho do interior, porém, com aumento na produção e na qualidade.
Raças
As principais raças caipiras foram introduzidas a partir da colonização portuguesa, com ramos genealógicos distintos: mediterrânea, americana, asiática e inglesa. Estas, ao redor dos anos, tornaram-se rústicas, sendo bem adaptadas ao clima e resistentes a algumas doenças. Com a melhoria da tecnologia de criação de frangos e galinhas caipiras, hoje se investe em melhoramento genético para ganho em produção superior. A compra de ovos de produtores especializados, para a incubação ou pintinhos de 1 dia, tornou-se prática comum nesse tipo de atividade. A criação de híbridos, ou seja, cruzamentos de linhagens diferentes, com a finalidade de se destacar características favoráveis na produção, tem sido cada vez mais utilizada na atualidade.
Alguns exemplos de raças utilizadas:
Americanas: Rod Island Red, New Hampshire , Playmoth Rock, Gigante Negra de Jersey;
Espanhola: Andalusion;
Alemã: Silver Esplang Hamburg;
Austrália : Australorp;
Inglesa: Bronw Leghorn;
Oriental: Assel.
Tipos de criação:
Os tipos de criação de galinhas e frangos caipiras mais utilizados são:
Extensivos: são criados totalmente soltos. Esse tipo de criação já não é tão utilizado comercialmente, por faltar controle de condições de criação profissional, como manejo adequado e sanidade.
Intensivos: são criados totalmente em galpões, com todas as condições controladas. Dependendo dos galpões, obtém-se de 4 a 5 lotes por ano.
Semi-intensivos: são criados, parte em galpão e parte soltos. O importante desse sistema é que as aves aprendam a ciscar, a pastar e a procurar outras fontes de alimentação alternativa. As aves devem pernoitar em lugares fechados.
Para se iniciar o processo, é importante quantificar a produção para que se determine a quantidade e o tamanho das instalações e se proceda a um escalonamento. Com isso, sabe-se com que frequência haverá produção: semanal, quinzenal, mensal.
Instalações e manejo
O importante, ao pensar em instalações, é saber que a criação passa por diversas fases: cria, recria, engorda ou postura e reprodução. Cada fase deve ter a remoção e a colocação de equipamentos, como comedouros e bebedouros, adequados ao momento. Deve-se manter higienização e limpeza corretas, sendo assim, as instalações devem ser práticas e de fácil manejo. Outro aspecto é quanto ao conforto térmico das aves. Por isso, deve-se ter cuidado com a temperatura (uso de campânulas ou de arejamento), além do controle da umidade, em todos os pontos dos galpões.
Antes da recepção dos lotes, deve-se fazer o vazio sanitário, trocando a cama de criação, além da desinfecção de todas as instalações. Recomenda-se ter controle da entrada de estranhos e instalação de pedilúvios para ajudar o controle sanitário. De igual importância são os programas de vacinação, para a prevenção das principais doenças; os banhos para a eliminação e a prevenção dos parasitas externos; bem como a retirada dos frangos e galinhas doentes.
A alimentação
Este é o ponto essencial para o resultado final da criação. Existem diferentes fases da criação, com diferentes objetivos: produção de carnes ou ovos. No sistema extensivo ou semiextensivo, existe o fato de as aves pastarem e da utilização de restos alimentares. Já no sistema intensivo, o uso de rações é quase que total. O importante é entender que a alimentação corresponde a 70 % dos custos de produção e deve ser balanceada, atendendo às necessidades nutricionais das aves e ao objetivo a que se destinam. Há rações que podem ser compradas prontas no mercado e atendem a diferentes fases e necessidades. Assim como existe a possibilidade de se comprar as matérias-primas e balancear os elementos fazendo uma ração própria. O importante é escolher matérias-primas de qualidade; local adequado para manipulação do alimento; local para armazenamento, arejado e sem pragas; e, finalmente, pesquisar os preços para obter o melhor custo-benefício.
Muito cuidado! Antes da comercialização, tenha atenção redobrada à fase de abate, ao acondicionamento dos produtos, à embalagem e ao transporte. Se o abate for feito na propriedade, atente para as condições de higiene e proceda ao abate nas formas da lei. O local de armazenamento de produtos finais, como carne e ovos, também seguem exigências para garantir sua qualidade.
Os produtos originados da criação de frangos e galinhas caipiras são diferenciados no mercado, com valor agregado, já que são mais naturais e com características que lembram a vida no campo.
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