Aprenda a controlar a mosca do berne, que pode causar sérios prejuízos aos criadores de gado

O início do ciclo acontece em dias quentes, quando os animais procuram por sombreamento e então são atacados pelas moscas

 

Os criadores de gado de todo o país sabem que criar boi requer alguns cuidados essenciais, como é o caso do cuidado com a saúde dos animais, já que eles são vítimas de várias parasitoses. Um desses parasitas é o berne, uma larva de uma mosca que recebe o nome científico de Dermatobia hominis e que causa sérios prejuízos aos bovinos. Sendo que, quando a infestação do berne é alta, ela pode provocar a desvalorização das peles e a redução na produção de carne e de leite.

Os pecuaristas devem saber que as condições ideais para que a mosca sobreviva são aquelas de climas tropicais e subtropicais, onde as temperaturas e o índice pluviométrico sejam relativamente altos. Locais onde haja arbustos e florestas também propiciam a sobrevivência da mosca.

A mosca do berne apresenta um ciclo de vida exclusivamente rural, sendo esse ciclo dividido em duas fases: a doméstica e a selvagem. Essas moscas apresentam hábitos diurnos e procuram sempre por locais onde haja vegetação abundante, que coincide com os locais que os bovinos procuram para descansarem ou se protegerem do sol. Dessa forma, o início do ciclo acontece em dias quentes, quando os animais procuram por sombreamento e então são atacados pelas moscas.

Ao atacar o bovino, as regiões de maior incidência de berne são os membros anteriores, barbela e costal, chegando até a altura da última costela. Mas, devido ao movimento da cauda, na região posterior, o índice de berne é menor. Em geral, cada larva se desenvolve em um orifício nodular. Porém, existem casos em que duas ou três larvas aparecem dentro da mesma abertura. As moscas fêmeas têm ainda a capacidade de depositar cerca de 200 ovos, em várias posturas, sendo que o ciclo total do berne dura em torno de 3 a 5 meses.

O controle dessa mosca deve ser feito por meio de higienização dos estábulos, manejo das fezes e, quando necessário, por meio do uso de produtos químicos, que visam o estágio larval da mosca. Esse último método de controle se mostra muito eficiente quando o produtor busca diminuir os prejuízos da produção. No entanto, ele pode deixar resíduos no animal e no ambiente, o que não faz bem para o bovino nem para os humanos que têm contato com ele.

Em relação às fezes, elas são as principais fontes de multiplicação das moscas veiculadoras do berne. Sendo assim, o seu manuseio adequado ajuda a controlar tais insetos, já que a maioria das moscas se proliferam nos excrementos. Existe também a possibilidade do uso de produtos inseticidas e repelentes que sejam isentos de toxicidade tanto para o animal quanto para os humanos e que auxiliam na profilaxia da larva do berne. O pecuarista pode ainda lançar mão de outras formas de controle, como é o caso da extração manual das larvas. Esse tipo de profilaxia só é possível em pequenas propriedades e com poucos animais.

O pecuarista tem a opção de  fazer o controle do berne associado ao tratamento de outras parasitoses. Sendo que, nestes casos, devem ser usados produtos que tenham a ação sobre diversos tipos de parasitas ao mesmo tempo. O mais indicado para o tratamento do berne é o tratamento local, no próprio animal. Sendo importante que, ao identificar a presença do berne, o animal seja contido e as lesões tratadas.

Para auxiliar no controle de bernes e outros parasitas, o CPT - Centro de Produções Técnicas elaborou o curso Controle de Carrapato, Berne e Mosca-dos-Chifres. Este curso conta com a coordenação do doutor John Furlong, que orienta a respeito dos sistemas estratégicos de controle do berne, carrapatos e mosca-dos-chifres. Leia também o artigo Como controlar estrategicamente os carrapatos.

Beatriz Lazia 06-08-2012 Pecuária de Corte

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