Como criar gado de corte a pasto

No Brasil, é comum o criador de gado estabelecer a lotação da fazenda em função do potencial de produção das pastagens durante a seca

Estratégias para a alimentação do gado na seca

No Brasil, é comum o criador de gado estabelecer a lotação da fazenda em função do potencial de produção das pastagens durante a seca. Nessa condição, as perdas de forragem são altas em pastagens recém-implantadas ou mais velhas, mais implantadas em solos de alta fertilidade e que apresentem um bom potencial. Essas perdas ocorrem por acamamento da forragem, causado pelo pisoteio do gado, e pelas perdas na qualidade da forragem.

Algumas técnicas de manejo podem ser empregadas no ajuste da pressão de pastejo, tais como a venda de animais terminados na entrada da seca; o uso de forrageiras com padrão de crescimento complementar; a provisão de forragem suplementar (silagem, feno, cana); o fornecimento de concentrados; o diferimento das pastagens e a adubação estratégica para prolongar o período de crescimento das plantas.

Uma técnica de ajuste da pressão de pastejo, quando, em uma propriedade, são cultivadas forrageiras que apresentam ritmo de crescimento acelerado, durante o período das chuvas,é por meio de forrageiras com menor ritmo de crescimento nesse período e com melhor distribuição da produção de forragem ao longo do ano.

O diferimento de pastagens consiste na prática de reservar alguns pastos para que haja acúmulo de forragem, que será consumida durante o período da seca. Para isso, as gramíneas mais indicadas são aquelas que apresentam ritmo de crescimento menos acelerado, durante o período das chuvas; possuem alta proporção de folhas em relação aos caules e produzem durante o outono. As mais usadas são as Brachiarias decumbens e a Brachiaria brizantha (braquiarão).

A adubação das pastagens é feita no final do período das chuvas (de fevereiro a março), quando as condições climáticas ainda são favoráveis para que as forrageiras respondam à adubação. A adubação nitrogenada é a mais usada, pois esse nutriente melhora a eficiência de uso da água e da fotossíntese, além de estimular o aparecimento de novos perfilhos e aumentar a longevidade das folhas.

Ocorre uma menor resposta das forrageiras à adubação, no final do período chuvoso, se comparado com os resultados alcançados na primavera-verão. Sendo assim, a técnica deve ser usada apenas em pastagens com bom "stand" de plantas para que o efeito seja o melhor possível e para categorias de animais de alta resposta.

Para que você possa obter mais informações a respeito da alimentação de gado de corte e pastagens, o CPT - Centro de Produções Técnicas oferece o Curso Gado de Corte a Pasto - Estratégias para Alimentação na Seca. O coordenador do curso, Adilson de Paula Almeida Aguiar também orienta a respeito de suplemento múltiplo, confinamento, venda dos animais, adubação estratégica e irrigação.