O confinamento a pasto é uma excelente estratégia de engorda do boi - principalmente no período de estiagem. O sistema pode reduzir em até 40% os custos de produção da arroba, além de exigir menor investimento para a sua implantação. Quando chega a seca, ocorre pouca oferta de forrageiras para os bovinos, o que reduz a produtividade do rebanho. Daí a importância de se adotar essa técnica para aumentar a produção e obter bons lucros.
Segundo Gilmar Ferreira Prado, do Curso a Distância CPT Bovinos de Corte em Confinamento - Manejo e Gerenciamento, disponível , na estação seca, o confinamento a pasto para bovinos de corte é usado, de forma estratégica, em múltiplas abordagens, para que possa contribuir para o aumento da lucratividade da atividade pecuária como um todo.
Na verdade, essa alternativa mantém o desempenho do gado bovino sem aumentar os custos de produção. No confinamento a pasto, o rebanho recebe como alimentação tanto forrageiras (especialmente o braquiarão) como ração. No início, a suplementação equivale a 0,5% do peso vivo do animal e aumenta gradativamente até alcançar 1,5% do peso vivo na fase final da engorda. Em geral, o ganho de peso chega a 1 kg por dia.
Na criação do gado confinado a pasto, podem ser criados de 3 a 4 animais por hectare, mas o número pode aumentar para até 8 bovinos. Além disso, são reservados 50 cm de área de cocho por animal, com disponibilidade de água fresca e abundante. Para alimentar 300 animais, é necessário apenas uma pessoa, ou seja, o custo com mão de obra é significativamente baixo nesse tipo de manejo.
De acordo com o pecuarista mineiro Fernando Manna, na pequena estrutura utilizada pelo sistema, a possibilidade de fazer a engorda na seca e não ter de cultivar grandes áreas de forrageiras facilita muito o trabalho do dia a dia, além de ser voltada tanto para pequenos como grandes pecuaristas. Antes, com a chegada da estiagem, os animais eram retirados da propriedade e conduzidos a um boitel ou ao abate antecipado.
Cada bovídeo do rebanho entra no sistema, ao atingir 15 arrobas, e permanece no cocho entre 90 e 110 dias até atingir 20,5 arrobas (peso de abate). O rendimento sobre o ganho chega a 80% e o custo da diária, a R$5,80. Os resultados são surpreendentes - a carcaça alcança bom padrão de qualidade, com cobertura de gordura de 3 milímetros (antes chegava a 1 milímetro apenas).
Fonte: Canal Rural.