Brucelose bovina: transmissão, sintomas e vacinação

A bactéria Brucella abortus causa a brucelose bovina, que também contamina o homem, sendo, portanto, uma zoonose

A bactéria Brucella abortus causa a brucelose bovina, que também contamina o homem, sendo, portanto, uma zoonose. Doença que gera prejuízos econômicos imensuráveis ao pecuarista, a brucelose causa no rebanho abortos, infertilidade, retenção de placenta, repetição de cios, mortalidade em bezerros neonatos, descarte de touros reprodutores, além de problemas reprodutivos diversos e impedimentos para comercializar a carne bovina.

Transmissão

Um dos principais meios de transmissão da brucelose bovina é a aquisição de bovinos infectados. Daí a importância da quarentena para evitar que animais contaminados passem a doença para animais sadios. A bactéria acessa facilmente a via oral dos bovídeos, principalmente pelo hábito que têm de lamber. Exemplificando, um animal sadio pode lamber a vulva de uma vaca infectada e, com isso, contrair a doença.

Entretanto, há outras formas de transmissão, como por alimentos e água contaminados com urina e fezes de bovinos doentes, ou mesmo restos de placenta de vacas infectadas. Sêmen contaminado também pode transmitir a brucelose para vacas sadias.

Sintomas

Um dos sintomas mais comuns em bovinos com brucelose são os abortos a partir do sexto mês de gestação. Sem falar que as vacas podem parir bezerros neonatos debilitados ou bezerros natimortos. Fora a retenção da placenta, ou ainda infertilidade temporária ou permanente nas fêmeas. Já nos machos a doença causa inflamação nos testículos (orquite), o que resulta em infertilidade, pois a qualidade dos espermatozoides é comprometida.

Controle e prevenção

Como controle e prevenção da brucelose, temos: aquisição de bovinos livres da doença, descarte de bovinos doentes, vacinação de fêmeas de 3 a 8 meses, exame anual do rebanho, exame das vacas abortivas, isolamento das vacas que sofreram aborto, reintrodução no rebanho apenas de vacas negativas para brucelose, descarte dos restos de abortamento, desinfecção do material que teve contato com o feto infectado.

Vacinação

A vacinação contra brucelose é obrigatória e ocorre semestralmente no Brasil. A vacina B19 é a mais utilizada, pois permite uma única vacinação em fêmeas de 3 a 8 meses de idade, com imunidade prolongada. Além de prevenir o aborto, essa vacina praticamente não apresenta reações adversas. Já a vacinação de fêmeas adultas exige a vacina RB51, que impede a formação de anticorpos reagentes. Além de aumentar a cobertura vacinal, essa vacina reduz a porcentagem de bovinos susceptíveis à brucelose. Fora a redução das taxas de aborto, bem como as taxas de infecção no rebanho.

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Fonte: Tecnologia no Campo

Por Andréa Oliveira