Há muito tempo, o homem tem se afastado do meio rural para residir no meio urbano. A partir dos anos 60, houve um intenso crescimento das cidades. Com isso, o desenvolvimento imobiliário acabou com várias áreas de vegetação natural existentes dentro e ao redor das cidades. Várias árvores existentes em ruas e bairros foram derrubadas, o que causou um sério aumento da impermeabilização do solo, bem como o seu revolvimento, como causa da baixa fertilidade e erosões. Para sanar tais problemas, a arborização urbana abre uma série de oportunidades nas cidades para um bom negócio. Além de manter a natureza em contato com o homem, aumentando a sua qualidade de vida.
A importância da arborização urbana
As árvores, no meio urbano, desempenham vários papéis fundamentais e vantajosos. Proporcionam melhoria da estética; servem de sombreamento; amortecem o som, diminuindo a poluição sonora; protegem e direcionam o vento; diminuem o impacto da água de chuva e seu escorrimento superficial; diminuem a temperatura, absorvendo os raios solares; e melhoram a qualidade do ar. E o mais importante: preservam a fauna silvestre e proporcionam bem-estar psicológico ao homem.
Fatores que dificultam a arborização urbana
Vários fatores dificultam o desenvolvimento de árvores nas cidades:
-Compactação do solo, para se fazer calçamento e construções, de um modo geral, mas, que prejudica o crescimento das árvores;
-Depósitos de resíduos e entulhos de obras no subsolo;
-Pavimentação excessiva e calçadas, impossibilitando a penetração de água e ar no solo;
-A poluição do ar, causada por fumaça de carros e resíduos industriais, entre outros, impossibilitando as plantas de fazerem suas funções fisiológicas normais.
Planejamento da arborização urbana
Para que a arborização urbana seja bem conduzida, é necessário que se faça um planejamento baseado em vários fatores:
-O ambiente deve ter condições de desenvolvimento de espécies arbóreas; a temperatura, a umidade e o regime pluviométrico são muito importantes;
-A escolha das espécies é de fundamental importância. Elas têm de ser adaptadas às condições locais e cumprir o objetivo para o qual estão destinadas. Além de serem resistentes a pragas e doenças e possuírem sistema radicular profundo e outros;
-Verificar se as larguras de ruas e calçadas permitem a implantação de arborização;
-Verificar a passagem de fiação aérea e subterrânea;
-Verificar os afastamentos de portas, pontos de ônibus, hidrantes, caixas de água e outros;
-Planejar o uso de espécies variadas, para evitar a monotonia, além dos locais onde possam ser plantadas palmeiras e árvores colunares.
Plantio e manejo
O plantio se inicia com a escolha das mudas, que devem ser eretas, saudáveis e com vigor. O viveiro fornecedor deve ser profissional e idôneo.
Além disso, o plantio deve ser feito de preferência na época da chuva, para facilitar a irrigação. Os espaçamentos dependerão da espécie, considerando a altura e o tamanho da copa da árvore adulta.
As covas devem ser feitas, considerando a compactação e a fertilidade do solo. Quanto pior esses fatores, maior deverá ser a cova, para gerar um ambiente próprio para o desenvolvimento da árvore.
Recomenda-se deixar um canteiro de 1m² que é considerado ideal para a maioria das espécies. Ao redor do canteiro, pode ser feito o gradeamento para a proteção; uma cinta de cimento, no chão, para que as raízes não recebam substâncias tóxicas advindas do lavamento das calçadas e outros; bem como revestimentos internos na cova para direcionar o crescimento das raízes.
Os cuidados iniciais consistem em se fazer um gradeamento de madeira como proteção das mudas. Fazer o tutoramento da planta é importante para a sua condução correta. Este pode ser feito com varas de bambu. A irrigação nos primeiros dias é primordial para o desenvolvimento inicial, além do arranquio de brotações, para evitar a formação incorreta da árvore.
Outro manejo essencial é a poda, esta tem vários objetivos conforme a idade da árvore e época do ano. Na prática da poda, é preciso ter pessoas com treinamento específico, devido aos riscos que podem envolver a atividade. Entretanto, é preciso usar equipamentos adequados, fazer sinalização ideal no local e utilizar técnicas com base no resultado que se quer obter.
As podas podem ser: de formação, quando se podam galhos até a altura de 1,80 m nas idades iniciais da árvore. Poda de limpeza: quando se retiram ramos velhos, mortos, doentes, lascados e outros. Podas de contenção: quando se delimita a copa da árvore no espaço físico que ela pode ocupar. Poda emergencial: quando a árvore apresenta risco para a população, instalações ou edificações.
Sanidade
É preciso ter conhecimento das espécies que serão plantadas, fazendo a sua inspeção para se constatar ou não a presença de doenças e pragas. Algumas são conhecidas e outras não. Podem ser feitos tratamentos e podas, ou ainda, a remoção da árvore conforme a gravidade do seu estado, além do risco para a população.
Quando não é possível fazer um planejamento, principalmente em áreas onde já existe arborização urbana, é necessário se fazer uma análise da arborização das ruas e avenidas. Da mesma forma, é feito um levantamento quantitativo e qualitativo para que se procedam às práticas de manejo, conservação e reimplante.
Atualmente, a importância da arborização urbana é indiscutível, além de ser uma forma de preservação ambiental e melhoria do ambiente das cidades. Isso reaproxima o homem da natureza e promove o seu bem-estar.
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