Conservação do solo: manejo adequado garante produção e economia

Toda propriedade rural deve ter um programa de conservação do solo para continuar o processo produtivo e preservar o meio ambiente

 Toda propriedade rural deve ter um programa de conservação do solo para continuar o processo produtivo e preservar o meio ambiente.

Conservação do solo: manejo adequado garante produção e economia

A formação dos solos que utilizamos hoje data de milhões de anos e continua de forma dinâmica. Com o início da agricultura, o homem começou a trabalhar os solos para plantios e depois para construções das cidades e civilizações. Com isso, há um processo natural de desgaste desse recurso e um processo causado pelo homem. É preciso que haja maneiras de se diagnosticar esse desgaste para evitá-lo e, assim, continuar o processo produtivo e conservar o meio ambiente para as gerações futuras.

Origem do solo e a erosão

A formação geológica do solo é fruto de milhares de anos de transformações que são dinâmicas e renováveis. Com o endurecimento do magma dos vulcões, formaram-se diferentes tipos de rocha. Naturalmente essas rochas se desgastaram formando outras rochas ou partículas menores que deram origem aos solos. Juntam-se aí o aparecimento dos micro-organismos e da vegetação, que deram origem às partes biológica e química, bem como à matéria orgânica. Assim surgiram os solos como conhecemos atualmente.

O processo de desgaste chama-se erosão. Quando natural, dá origem exatamente ao relevo que temos hoje. A erosão pode ser causada por água (hídrica) e pelo vento (eólica), as principais em solos tropicais. Mas existem também as erosões químicas (perda de nutrientes e outros), físicas (selamento dos solos, compactação) e biológica (perda de micro-organismos e biomassa).

Quando o homem surgiu e começou a ocupar os solos na agricultura, construções de cidades, estradas e outras intervenções, passou a acelerar esses processos naturais. Criou condições, com o uso inadequado e degradações graves, em propriedades rurais, ao nível de se finalizar atividades agropastoris e acabar com cursos de água devido a seu assoreamento.

A erosão hídrica, causada pela chuva, começa com o impacto da gota de água, em solo desnudo, que desagrega o solo, passando  esta a correr superficialmente. Dependendo da quantidade de chuva, pode ocorrer o seguinte: lavagem superficial, que carrega a camada superior, incluindo a matéria orgânica;  e formação de sulcos, com o aumento das chuvas, iniciando a deformação do terreno, que pode chegar à formação de grandes deformações chamadas voçorocas. Daí se perde área, principalmente em terrenos mais inclinados. É importante que se faça uma série de ações, chamadas de manejo e conservação de solo, para que este possa  se recuperar ou não erodir.

Práticas de manejo e conservação

É preciso fazer um planejamento por meio do levantamento do que existe na propriedade. Locais onde passam cursos de água, com vegetação natural, por exemplo, podem ser locais de conservação, conforme à legislação vigente. Estes são os primeiros passos. Da mesma forma, procede-se ao levantamento topográfico de toda a propriedade para avaliar as inclinações do terreno e os formatos, bem como a existência de voçorocas, morros, entre outros.

Com vistas no levantamento feito e nos tipos de processos produtivos existentes na propriedade rural, escolhem-se  as práticas a serem aplicadas.

Em locais onde já existem grandes buracos, desníveis ou voçorocas, deve-se movimentar terra com retroescavadeiras, patrols, tratores e caminhões a fim de resolver esses problemas graves e evitar a degradação total do terreno.  Se forem locais de difícil acesso, pode-se proceder à colonização com vegetação adequada, tornando-a área de preservação.

Com o levantamento topográfico em mãos, faz-se a locação e a marcação de curvas de nível. Para as áreas onde se pretende fazer plantios agrícolas ou pastagens, é importante a marcação e a posterior confecção de terraços. Estes são estruturas hidráulicas, compostas de um calamão e um canal para escoamento de água, construídas em plano transversal ao da inclinação do terreno. Além disso, deve-se estudar a locação das estradas e a sua conservação, bem como construir acumuladores de água (bacias) onde ocorre a sua infiltração. Da mesma forma, deve-se  atentar para a manutenção constante de todos esses  sistemas.

Se o solo possuir cobertura vegetal, isso diminui muito a erosão, já que diminui o impacto das gostas de água neste. No caso de plantios de lavouras, indica-se a introdução do plantio direto, prática que reduz a princípio o preparo e o revolvimento do solo. No plantio direto, deixa-se uma camada de palhada no solo que, além de protegê-lo, irá se transformar em matéria orgânica, melhorando a sua estrutura.

Para isso, é preciso proceder à análise de solo e à sua interpretação para que se faça a correção de Ph e a fertilização, principalmente a fosfatagem, em caso de solos tropicais. Procede-se também à identificação dos locais onde existem camadas compactadas. Estas devem ser desfeitas por meio de operação mecânica para possibilitar o crescimento das culturas e a penetração de água no solo.

Com a introdução do plantio direto, prática já utilizada em quase todo o país, adota-se também um sistema de rotação de culturas que, além de ser importante para a formação de camada de palhada, diminui a ocorrência de pragas e doenças. Isso ocorre porque ao se alternarem as espécies, diminui o uso de agroquímicos. A escolha das espécies, além do caráter técnico, deve levar em conta o mercado, a facilidade de venda e o armazenamento.

Em pastagens, é muito importante a formação correta destas e o seu manejo adequado. Deve-se manter um número de cabeças condizente com a capacidade de lotação e fazer rodízio de pastos. Assim, sempre se mantém as áreas com cobertura vegetal, diminuindo a erosão e fazendo o uso racional e econômico do solo.

Com isso, pode-se concluir o quão importante é a conservação e o manejo adequado dos solos de uma propriedade rural. Assim, o agricultor estará contribuindo para a organização e o aumento de produção em suas terras, além de manter uma relação saudável com o meio ambiente, respeitando os recursos naturais, principalmente a água e os solos.

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Andréa Rocha 01-07-2013 Meio Ambiente

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