Ovinos de corte: raças e cruzamentos

Na criação de ovinos de corte, existem muitas opções de raças a serem utilizadas para a produção de carne de cordeiro

Uma grande vantagem do cruzamento de ovinos de corte é a de explorar o chamado vigor híbrido ou heterose

ovinos de corte

Na criação de ovinos de corte, existem muitas opções de raças a serem utilizadas para a produção de carne de cordeiro. É importante salientar que qualquer raça pode propiciar carne de alta qualidade, já que o fator de maior interferência nas características da carne, como sabor, aroma e maciez, é a alimentação. As principais raças em criação no Brasil e com bom nível de adaptação são:

- produtoras de lã fina: Merino Australiano e Ideal; - animais de dupla aptidão: Corriedale, Romney Marsh e Border Leicester; - produtoras de carne: Suffolk, Hampshire Down, Ile de France, Texel, Poll Dorset, Santa Inês, Morada Nova e Bergamácia.

Quanto se fala em raças especializadas na produção de carne, sabe-se que elas são mais exigentes em termos de nutrição e ambiente em geral, adaptando-se melhor a criações mais intensificadas, como no caso das pequenas propriedades. Uma forma de aproveitar o potencial produtivo das raças de corte, seria o cruzamento industrial com a raças mistas ou produtoras de lã fina, visando à obtenção do efeito de heterose, que propicia a produção de cordeiros com boa velocidade de crescimento e carcaças superiores.

No caso das raças deslanadas, elas apresentam um destaque maior no Brasil, sobretudo na região nordestina, embora haja, em quase toda a extensão do país, condições para criação de raças lanadas. As raças deslanadas representam uma alternativa para as regiões quentes e úmidas e para aquelas cuja vegetação não seja conveniente à exploração de lã.

Passando ao cruzamento, uma grande vantagem é a de explorar o chamado vigor híbrido ou heterose. O vigor híbrido ocorre quando se cruzam dois grupos genéticos diferentes, propiciando melhor potencial de crescimento, melhor conversão alimentar e eficiência de produção superior. Basicamente, existem três tipos de cruzamento: cruzamento industrial, cruzamento absorvente e cruzamento triplo. Explicaremos, rapidamente, do que se trata cada um deles:

Cruzamento industrial: é o mais utilizado nos sistemas comerciais de produção de carne de cordeiro. Neste caso, elege-se uma raça paterna, especializada em carne, para cruzar com uma raça base, na linha materna, menos exigente e melhor adaptada ao meio. Os cordeiros mestiços, provenientes do cruzamento, serão utilizados para a comercialização.

Cruzamento triplo: é aquele em que se usa três raças, com características distintas, por exemplo: sobre um rebanho base de ovelhas tipo carne, adaptadas, utiliza-se carneiros de uma raça de boa produção de leite bom porte. A fêmea meio-sangue será, então, acasalada com reprodutores de raças especializadas para carne, obtendo-se, assim, o cordeiro para o mercado.

Cruzamento absorvente: o objetivo desse cruzamento é formar animais puros, a partir de cruzamentos, em vista das dificuldades de se conseguir um grande número de fêmeas puras para a criação. Assim, cruzam-se fêmeas de uma raça base de qualquer característica genética, com carneiros de uma raça pura, que é chamado de raça alvo. Sobre a fêmea meio-sangue, resultante do cruzamento, colocam-se reprodutores da mesma raça alvo, produzindo fêmeas três quartos, e assim, sucessivamente, até que se chegue ao puro por cruza, na quinta geração. É importante salientar que a criação de rebanhos puros de raças tipo carne é recomendável somente em ambientes que propiciem alto nível nutricional.

Para maiores informações, consulte o curso Criação de Ovinos de Corte, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas e coordenado pelo Professor Edson Ramos de Siqueira. O curso conta com orientações a respeito das raças e cruzamentos, manejo reprodutivo, sistemas de terminação, entre outras. Leia também nosso outro artigo Como obter bons resultados com a criação de cordeiros.

Beatriz Lazia 07-02-2013 Criação de Ovelhas

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