Criação de borboletas

Atividade que garante tranquilidade ao criador

As Borboletas - e as Mariposas - atravessam quatro fases distintas de transformação,  que são o ovo, a lagarta ou larva, a pupa ou crisálida, e o imago, a borboleta adulta. Elas são exemplos de endoptorygotos, insetos de metamorfose completa, isto é, que nascem adultos. Como todos os insetos, o corpo de uma borboleta se constitui de três partes principais: a cabeça, o tórax (que inclui as asas e as pernas) e o abdome.

Talvez o objetivo principal da Borboleta adulta seja a reprodução; os machos procuram as fêmeas para acasalar - ou vice-versa e as fêmeas se preparam para botar ovos. Quando os machos estão com maturidade sexual suficiente, procuram as fêmeas, muitas vezes circundando a planta hospedeira que a fêmea deverá procurar, e produzem uma espécie de perfume que excita as fêmeas.

Dos 100 ovos prováveis de uma borboleta fêmea, apenas 2% terão êxito para a sobrevivência, representando, de certa forma estatística, a substituição de um macho e uma fêmea. Nos criadouros artificiais, pode-se alcançar uma taxa de sobrevivência acima de 50% e até mesmo 80%, possibilitando, assim, que uma porcentagem expressiva, muito superior à taxa de 2%, seja liberada no ambiente próximo ao criadouro.

As borboletas, por serem insetos muito frágeis, não dispõem de mecanismos de defesa física, que possam fazer face às agressões de seus predadores. Procuraram, assim, através da evolução por milhares, talvez até milhões de anos, desenvolver algumas proteções, de forma a garantir a sobrevivência das espécies, mesmo que em porcentagens mínimas.

Os principais predadores das borboletas são as formigas, as aranhas, o louva-a-deus, as vespas, os sapos, os macacos, os lagartos, os ratos, os passarinhos, as lagartixas e os fungos. Poderíamos ainda estender a lista dos predadores de ação menos aparente e menos letal, tais como os caramujos, os besourinhos, as lesmas, os gafanhotos, e uma miríade de seres microscópicos que povoam o solo e os troncos das árvores.

O primeiro passo para se iniciar a criação amadora - não profissional - de borboletas, é a captura dos ovos e das lagartas, procurando-os nas plantas dos bosques, jardins, pomares, enfim, onde haja plantas e flores, pois as flores são um grande atrativo para as borboletas. Em geral, os ovos e as lagartas estão localizados na parte inferior das folhas, como forma de proteção aos predadores. Encontrados os ovos, eles devem ser recolhidos com cuidado, sendo ideal cortar a folha inteira ou um pedaço, para não machucá-los.

O cuidado principal e essencial, durante a criação, é com a limpeza. Todas as vasilhas deverão ser limpas diariamente, lavadas e substituídas, para evitar a criação de fungos. Substituir também as folhas das plantas hospedeiras. É conveniente apanhar as folhas com alguns galhos, para facilitar a movimentação das lagartas, e de preferência à tarde.

Para mais informações, o CPT - Centro de Produções Técnicas elaborou o Curso Criação de Borboletas. Neste curso, o criador receberá informações a respeito de classificação, anatomia, reprodução e metamorfose das borboletas. O coordenador do curso, Osmar Salles de Figueiredo, orienta que muitas flores, de várias cores, devem estar plantadas na estufa, e fora da estufa, em canteiros no chão ou em telhas um pouco mais altas, dependendo do critério de cada um.