Pacu e tambaqui são altamente apreciados por sua carne firme e pela grande habilidade de ganho de peso

Na criação de pacu e tambaqui, o produtor pode atuar na produção de alevinos, na engorda ou em ambas as fases

 

Tanto o pacu quanto o tambaqui são peixes que ocorrem essencialmente em águas tropicais. Em condições naturais, eles são onívoros, ingerem frutos, sementes e insetos que caem na água. Já em cativeiro, aceitam muito bem rações balanceadas, com suas exigências nutricionais já muito bem estabelecidas. São espécies de desova total, com reprodução uma vez ao ano, na época das chuvas, coincidindo com o período de elevação da temperatura.

Essas duas espécies apresentam o corpo achatado lateralmente. A altura, distância que vai do dorso até o ventre, é grande, com isso apresentam mais ou menos a forma de um disco. Em virtude disso, eles são conhecidos popularmente como peixes redondos. Uma característica que os diferencia é que o tambaqui apresenta numerosos rastros branquiais que permitem a filtração do fito e do zooplâncton.

Embora o pacu possa resistir bem à temperatura de até 15° C, a faixa para sua criação é entre 25 e 30° C. Quanto ao tambaqui, ele não se desenvolve bem em temperaturas inferiores a 20° C, com faixa ideal de criação por volta dos 26 e 32° C. Não é aconselhável engordar essas espécies em locais onde o inverno é rigoroso e prolongado.

Do cruzamento da fêmea do tambaqui com o macho do pacu, origina-se o tambacu e, do cruzamento da fêmea do pacu com o macho do tambaqui, produz-se o paqui. O tambacu é um peixe que vem sendo muito criado em várias regiões, devido ao fato de se adaptar a temperaturas abaixo de 20° C; já o paqui, embora apresente bom banho de peso, não vem sendo muito criado por ser mais sensível a baixas temperaturas.

Os que desejam criar pacus e tambaquis para a comercialização, podem trabalhar com o comércio para a alimentação humana, limpos e eviscerados, processados na forma de filé, ou ainda vivos em peixarias especializadas, ou em feiras livres ao preço médio da época. A melhor data para essa comercialização é próxima à semana santa, quando o preço fica mais elevado em função do aumento da procura.

O pacu e o tambaqui podem ser comercializados de diversas maneiras, como alevinos, pós-larvas, matrizes e para pesque-pagues. Ainda nesse quesito, os alevinos dessas espécies e dos seus híbridos são cada vez mais procurados. Com isso, a cada dia, surgem pessoas interessadas em ingressar na atividade de produtor de alevinos. Mas deve ficar claro que, se a formação do plantel de reprodutores começar a partir da aquisição de alevinos, o futuro produtor terá de esperar de dois a três anos pela primeira maturação das fêmeas de pacu e de quatro a cinco anos, pela de tambaqui.

O importante para o piscicultor que se dedica a essa atividade é fornecer peixes sadios que não possuam consanguinidade elevada. As matrizes que serão comercializadas não devem ser alimentadas de modo aleatório, pois muitas das rações formuladas por técnicos para peixes em engorda são baseadas na expectativa de que o animal seja abatido após um ano. Caso o peixe continue a consumi-la até a maturação, este pode vir a ter problemas hepáticos.

Para obter mais informações a respeito da criação de pacus e tambaquis, consulte o curso Criação de Pacu e Tambaqui, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas. O curso conta com a coordenação de Manuel Vazquez Vidal Júnior, que aborda entre outras coisas a respeito de reprodução artificial, construção de tanques, tipos de ração, manejo e comercialização. Leia também nosso outro artigo a respeito Como criar pacus e tambaquis.



Beatriz Lazia 11-09-2012 Piscicultura

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