Piscicultura: Tambacu oferece excelentes condições de criação e bom mercado

O Tambacu vem como uma opção na piscicultura oferecendo o melhor de 2 espécies

O Tambacu vem como uma ótima opção na piscicultura oferecendo o melhor de 2 espécies.

No Brasil, a piscicultura tem uma tradição de consumo na faixa litorânea e nas beiradas de rios no interior. Além de saborosas, as carnes de peixe apresentam uma forma de variação na alimentação, além de fazerem bem à saúde humana. Desde a introdução da piscicultura comercial, há a preferência por espécies bem adaptadas, com rápido crescimento, sem problemas de doenças e com aceitação no mercado. O Tambacu, fruto do cruzamento do Pacu com o Tambaqui, vem mostrando versatilidade e ganhando o gosto popular.

Origem

O Pacu (Piaractus mesopotamicus) é um  peixe que tem origem na região da Bacia do Prata e  do Pantanal do Mato-Grosso, mas hoje pode ser encontrado em todo o território nacional. É um peixe omnívoro, com tendência a ser herbívoro, alimentando-se de frutos, detritos orgânicos e pequenos peixes. As condições ideais de seu desenvolvimento são: pH da água ligeiramente ácido e temperatura em torno de 26 graus. O sabor de sua carne é bastante apreciado e sua adaptação ao cativeiro, além de sua rusticidade, torna o Pacu um bom peixe para criação.

O Tambaqui (Cromossoma macropomum) é  uma espécie que tem origem na Região Amazônica. No entanto, possui uma limitação quando se trata de baixas temperaturas, pois, abaixo de 15 graus, não consegue sobreviver. Possui engorda rápida, podendo alcançar até 20 kg. É um peixe omnívoro e aceita muito bem rações. Sua carne tem um sabor bastante apreciado. O Tambaqui adapta-se muito bem à criação em cativeiro.

Passemos então ao Tambacu. Este é um híbrido criado a partir do cruzamento feito da fêmea do Tambaqui com o macho do Pacu. São fertilizadas as ovas do Tambaqui com o sêmen do Pacu. O Tambacu surgiu como um híbrido que agradou à piscicultura nacional por ter herdado boas características das duas raças. Tem a característica de rápida engorda do Tambaqui aliada à rusticidade do Pacu. Isso faz com que esse híbrido se adapte bem em uma amplitude maior de temperaturas, principalmente as mais baixas. Além disso, é um peixe bem resistente a doenças e de fácil alimentação. Sua carne é bastante apreciada, com textura leve. Outra importante característica é que o Tambacu é bastante comum na pesca esportiva, o que garante grande povoamento em pesque-pagues.

A criação

Antes de se iniciar a criação de Tambacu, seus alevinos devem ser adquiridos de institutos de pesquisa ou de criadores profissionais, para que se garanta a qualidade. Em apenas um ano, um milheiro de alevinos já pode estar pesando 800 kg. A taxa de mortalidade dos alevinos é baixa (20% ). Já a de fertilidade do híbrido é muito menor (4%). Por isso, verifique se os alevinos são ágeis e com boa aparência.

Se a propriedade rural não possuir lagos ou reservatórios adequados, é preciso fazer a sua construção. Para isso, verifique o preço das diversas estruturas e a viabilidade na propriedade. Lembre-se de que, para a implantação do tanque de criação de Tambacus, é preciso fazer um levantamento topográfico e um trabalho cuidadoso com máquinas, além de considerar os aspectos técnicos e as exigências necessárias para a estrutura ser usual e ter longevidade. A calagem e a adubação dos tanques é uma prática bastante importante na piscicultura comercial, pois facilita a engorda dos peixes, proporcionando um ambiente com Ph adequado. Essa prática pode gerar um consórcio muito bem-vindo, se a propriedade tiver criações de suíno e/ou aves.

Embora os Tambacus suportem bem temperaturas abaixo de 20 graus, no inverno, eles preferem o fundo dos tanques e são menos ágeis. Já no verão esses peixes preferem a superfície e se movimentam bem. Não deixe que plantas cresçam no interior do tanque e mantenha a água limpa e com nutrientes. Da mesma forma, é importante a conservação das beiradas do tanque contra a erosão, para isso, planta-se grama que, além de protegê-lo, dá um efeito estético agradável.

Na piscicultura, a dieta do Tambacu é bastante simples, pois este é um peixe que come de tudo. Nas criações comerciais dessa espécie, é importante servir ração para peixe, específica para cada fase da vida, sempre com teores de proteína acima de 30%. Deve-se calcular a quantidade de ração servida, conforme o tamanho do tanque, bem como o número de peixes.

Dentro de uma ano de criação, o Tambacu pode atingir de 1,0 a 1,5 kg. Muitos piscicultores já começam a sua comercialização nesse ponto, mas o melhor é esperar para que alcancem de 2 a 3 kg, com um custo baixo.

No entanto, antes de se iniciar a criação de Tambacus, deve-se avaliar o mercado potencial para dimensionar a produção e abastecer a demanda real. Os principais compradores são restaurantes, supermercados, feiras livres, peixarias e até consumidores finais. Os pesque-pagues são um mercado muito atraente, devido ao gosto dos pescadores pela pesca do Tambacu, já que ele é um peixe que permite boa competitividade.

O mercado do Tambacu, bem como a sua criação são bastante recentes, se comparados à maioria dos peixes, ou seja, há grande potencial de expansão para essa atividade. Além disso, é uma excelente alternativa para as pequenas propriedades, principalmente se houver o consórcio desse peixe com outras criações, como suínos e aves, para o aproveitamento de estercos.

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