Tratos culturais para produção de pimenta-do-reino

A pimenta-do-reino é uma das mais antigas especiarias conhecidas e é originária do sudeste da Índia

O foco principal do cultivo da pimenta-do-reino é o seu uso na culinária, além de ser um importante elemento para as indústrias

pimenta-do-reino

A pimenta-do-reino é uma das mais antigas especiarias conhecidas e é originária do sudeste da Índia, cultivada, principalmente, em países de climas tropicais e subtropicais. Sendo assim, encontra no Brasil, condições ideais para o seu cultivo. A pimenta-do-reino produzida em nosso país é exportada para dezenas de países, nas formas de pimenta preta, pimenta branca e pimenta verde ou em salmoura.

Cerca de 90% de nossa produção é exportada para outros países, cabendo apenas 10% ao consumo interno. Estados Unidos, Holanda, Argentina, Alemanha, Espanha, México e França são os maiores importadores da pimenta brasileira. A região Norte brasileira, apresenta a cultura da pimenta como sendo a de maior importância econômica e social. Trata-se de uma cultura que absorve a mão de obra rural e representa um fator de incremento da renda familiar, devido ao alto preço alcançado no mercado doméstico e internacional.

Ela é muito utilizada como condimento, proporcionando sabor agradável e facilitando a digestão dos alimentos, sendo consumida também pelas indústrias de carnes e conservas e, ainda, nas indústrias farmacêuticas. A pimenta-do-reino é  utilizada na culinária de diversos países, apresentando sabor forte, levemente picante, proveniente da piperina, um dos seus principais compostos químicos ativos.

Quanto aos tratos culturais da lavoura da pimenta-do-reino, para mantê-la saudável e produtiva, o produtor deverá se ater a alguns fatores, como a proteção das mudas, amarrio, poda, capina, cobertura morta e drenagem.

Proteção de mudas: após o plantio, é recomendável proteger as mudas contra o sol direto, principalmente, quando as mudas tiverem raízes nuas. Podem ser utilizadas folhas de palmeiras, cavacos ou telhas. A cobertura deve ser retirada quando a planta ultrapassar o seu nível.

Amarrio: à medida em que as plantas vão crescendo, é necessário fazer o amarrio destas, para auxiliar na sua condução pelos tutores. Pode ser utilizado fio de plástico, barbante ou cipó. O peso da folhagem e da frutificação poderá desprender as plantas do tutor, resultando em quebramento da haste e secamento da folhagem, se as plantas não estiverem bem aderidas. É preciso fazer o amarrio até a planta atinja o ponto mais alto.

Poda: durante o crescimento, a pimenta-do-reino emite várias brotações que, se deixadas crescer livremente, formarão uma touceira impossível de ser conduzida. Por isso, deve ser feita uma poda do broto terminal, quando a pimenteira atingir 1 m de altura. Essa prática tem como objetivo estimular a brotação dos ramos laterais de produção ou frutíferos.

Capina: é necessário fazer a capina para manter as plantas cultivadas livres da competição das plantas daninhas. O controle pode ser feito, mecanicamente, ou por meio de herbicidas. Na época mais chuvosa, quando o crescimento de plantas daninhas é acelerado, é mais recomendada a capina química.

Cobertura morta: a cobertura morta é uma prática que traz vários benefícios para a cultura, como é o caso de proteção do solo da ação direta da chuva, redução do escoamento da água das chuvas e das enxurradas, aumento do teor de matérias orgânicas no solo, manutenção do solo, redução da erosão laminar, redução das plantas daninhas e aumento da população de microrganismos. Para fazer a cobertura morta, podem ser utilizados casca de arroz, serragem de madeira curtida, raspas de raízes de mandioca, ramos de embaúba, palha de gramíneas e de leguminosas, entre outros.

Drenagem: o excesso de umidade no solo é altamente prejudicial à pimenteira, pois favorece a propagação de moléstias do sistema radicular, causadas por fungos. Também pode ocorrer a morte das plantas pelo excesso de água e falta de oxigenação nas raízes. Sendo assim, em terrenos com excesso de água no solo, a drenagem é prática imprescindível, com a abertura de drenos. O sistema de drenagem deve ser feito antes do início da época chuvosa, ao redor da plantação.

Para maiores informações, consulte o curso Produção e Processamento de Pimenta-do-Reino, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas. O curso conta com a coordenação de Cleântoni Luís Da Amaral Ferreira. Ele orienta sobre propagação, espaçamento e plantio, tratos culturais, pragas e doenças, entre outros. Leia também nosso outro artigo Produção e processamento de pimenta.

Beatriz Lazia 12-11-2012 Plantas Medicinais

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