A raiva é uma zoonose com impacto significativo na saúde pública, revela-se como um desafio, manifestando-se em distintos ciclos que se conectam nos contextos silvestre e urbano, explica o Prof. Dr. Marcelo Dias da Silva, do Curso CPT Prevenção e Controle de Doenças em Bovinos: Raiva, Tuberculose, Brucelose, Leptospirose e Hantavirose.
Ciclo Silvestre:
O ciclo silvestre da raiva é causado, sobretudo, pelo desequilíbrio ecológico em áreas próximas às propriedades rurais, diminuindo o habitat natural dos animais. Com isso, pode haver uma aproximação de espécies contaminadas com o homem.
A captura irregular de animais silvestres contaminados também contribui para ampliação desse ciclo. Proprietários rurais devem ser orientados a não manter animais silvestres nas propriedades, pois, além de ser uma prática ilegal, esses podem trazer a zoonose para dentro de casa.
O período de incubação do vírus da raiva em animais silvestres ainda é pouco conhecido, pois são várias as espécies suscetíveis à contaminação. O contato de animais silvestres contaminados com os domésticos também auxilia na ampliação do ciclo.
Fatores relacionados à Amazônia que possuem relação com o ciclo silvestre da raiva:
• As florestas densas e escuras favorecem o abrigo de morcegos.
• A população humana vive isolada, com pouco acesso à informação, vivendo em condições de baixa renda. Essas pessoas, normalmente, possuem animais domésticos criados em condições precárias e que podem ser atacados por animais silvestres e morcegos.
• O acesso às comunidades muitas vezes é difícil, tornando dificultosa a vacinação das pessoas e dos animais locais.
É muito importante a educação em saúde nesses locais, bem como as campanhas de vacinação e orientação das comunidades, evitando assim o risco de exposição ao vírus da raiva.
Ciclo urbano:
O ciclo urbano da raiva é o mais pesquisado dentre os demais ciclos da zoonose, tendo os cães e gatos como os principais disseminadores das doenças nas cidades. Isso faz com que exista uma série de medidas para que esses animais não levem a doença ao homem e fiquem também protegidos.
Os gatos, por exemplo, às vezes ficam livres para vagar pelas ruas à noite. Esse é um grande fator de risco, pois os morcegos também têm hábitos noturnos.
Animais errantes, sem dono, que ficam soltos nas ruas e são alimentados pela comunidade local corremdo risco de serem infectados por morcegos ou por animais silvestres e transmitirem a doença.
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Por: Thiago de Faria