A espécie forrageira e o sistema de pastejo rotacionado

O pastejo rotacionado deve ser adotado para plantas que necessitem de um período de descanso para acumular e recuperar as reservas orgânicas e permitir a regeneração da pastagem sem a interferência do animal

Para o pastejo rotacionado, as forrageiras mais indicadas são as plantas eretas, de porte alto e com ritmo de crescimento

O pastejo rotacionado deve ser adotado para plantas que necessitem de um período de descanso para acumular e recuperar as reservas orgânicas e permitir a regeneração da pastagem sem a interferência do animal, além de prevenir a eliminação das espécies mais aceitas pelos animais.

Sobre a espécie forrageira, especialistas estão de acordo que plantas eretas, de porte alto e com ritmo de crescimento acelerado, como as forrageiras das espécies Panicum maximum, Andropogon gayanus e Setaria spp, são as mais adaptadas ao sistema de pastejo rotacionado, enquanto que as forrageiras de porte baixo, estoloníferas ou semiprostradas, prestam-se ao sistema de pastejo contínuo.

Em pastagens formadas por forrageiras de alto potencial de produção e manejadas em pastejo contínuo, por exemplo, com baixa lotação, ocorre como consequência o pastejo desuniforme. Nessas condições, é comum aparecerem áreas subpastejadas e superpastejadas dentro de um mesmo pasto. Nas áreas subpastejadas, a forragem é rejeitada pelos animais por ficarem velhas e lignificadas; já nas áreas superpastejadas, é comum o solo ficar descoberto, pois é onde os animais concentram o pastejo por haver rebrota constante.

Alguns pecuaristas procuram adotar algumas práticas conhecidas como "condicionadores de pastejo", na tentativa de obrigar os animais a consumirem a forragem envelhecida. A mudança de saleiros de lugar é uma das práticas mais utilizadas, já que o gado costuma condicionar o pastejo às áreas próximas aos saleiros. Mas especialistas afirmam que, em um manejo racional do gado, os saleiros devem ficar localizados o mais próximo possível das aguadas e de bebedouros para que haja estímulo para a maior ingestão da mistura mineral. Obrigar o animal a andar por longas distâncias para consumir sal é uma atitude irracional.

O pecuarista pode ainda lançar mão de outras estratégias, como é o caso do uso de roçadeiras, fogo ou a divisão da pastagem com uso de cercas. No entanto, o sugerido é que primeiro o pecuarista tente uniformizar o pastejo, juntando o gado em lotes maiores e adotando o pastejo rotacionado, haja vista que esta alternativa não demanda investimentos, mas apenas a adoção de um correto manejo da pastagem. Se após o uso desta alternativa, o pastejo ainda continuar desuniforme, o pecuarista deverá fazer as divisões dos pastos.

A uniformidade da utilização das pastagens de alta produção é uma necessidade para evitar a sua degradação e sugere que o pastejo rotacionado pode se constituir em um sistema adequado para alcançar a uniformidade de pastejo desejada, além de proporcionar aumentos significativos de produtividade animal. Outra vantagem do pastejo rotacionado refere-se à grande facilidade de adaptação da espécie forrageira a esse tipo de sistema, já que o pastejo rotacionado aumenta a produção de leguminosas na pastagem, principalmente daquelas que possuem crescimento do tipo volúvel trepador, como a Soja Perene, Siratro, entre outras.

Para maiores informações, consulte o curso Pastejo Rotacionado, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas. O curso conta com orientações a respeito das necessidades da planta forrageira e do animal, divisão de pastagem em piquetes, cálculo da disponibilidade de forragem, tempo de ocupação e período de descanso, dimensionamento dos piquetes, entre outros. Leia também nosso outro artigo Aprenda sobre manejo do pastejo rotacionado.

Beatriz Lazia 10-04-2013 Pastagens e Alimentação

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