Engorda a pasto: aspectos estratégicos que devem ser levados em conta para esse tipo de engorda

Pecuaristas que desejam fazer a engorda a pasto de seu gado de corte precisam ter em mente algumas características que são indispensáveis para que a engorda obtenha um bom desempenho

A pecuária brasileira tem grande tradição no uso de raças zebuínas na engorda a pasto, pois tratam-se de animais muito resistentes

  engorda a pasto

Pecuaristas que desejam fazer a engorda a pasto de seu gado de corte precisam ter em mente algumas características que são indispensáveis para que a engorda obtenha um bom desempenho. A primeira diz respeito ao novilho magro, que deve estar fisicamente desenvolvido.

Isso porque um animal que cresceu em tamanho, ao longo da recria, crescerá pouco em tamanho na fase adulta. Assim, ele terá condições de acumular mais carne e gordura. O criador deve levar em conta que o aumento de peso, via acúmulo de carne, é mais rápido do que o crescimento de ossos e a deposição de gordura.

Para se ter uma base, o peso de abate preconizado gira em torno de 450 a 500 Kg, no mínimo, variando de acordo com a raça ou o tipo de cruzamento realizado. Por isso, perto da fase de terminação, o novilho deverá pesar em torno de 330 kg, no caso de animais nelores puros, por exemplo, e 380 Kg ou mais, no caso de novilhos mestiços meio sangue. A obtenção desse peso mínimo é importante para que o bovino chegue ao peso de abate em, aproximadamente, seis meses de pastejo, a um ganho médio de 600 g por dia.

Alguns aspectos estratégicos devem ser levados em conta na criação de bovinos. Primeiro, devemos levar em conta que animais desmamados, no meio da estação das chuvas, passarão pelos primeiros dois ou três meses dessa fase na pastagem ainda verde, chegando à primeira seca da recria pesando 200 Kg ou um pouco mais, completando 12 meses de vida.

Uma forma do criador de gado tentar manter esse peso, durante a estação da seca, é com o uso de suplementação com sal e ureia, ou até mesmo com a suplementação aumentada com o uso de suplemento múltiplo, que garante ganhos de até 100 a 200 g por dia, o que permitirá ao criador a obtenção de animais pesando até 230 Kg nessa época.

Passada a estação seca e com o início da estação chuvosa seguinte, os garrotes ganham em torno 500 g por dia, chegando aos 18 meses de idade com cerca de 320 Kg de peso vivo. Já na segunda seca da fase de recria, caso haja boa disponibilidade de pasto reservado, mesmo que seja seco, e com a utilização de suplementação proteica, é possível fazer com que eles atinjam 350 Kg, estando prontos para terminação totalmente a pasto, na próxima estação chuvosa.

No processo de escolha de uma raça para a engorda a pasto, o fator mais importante a se considerar é a resistência dos animais às condições de criação na pastagem, como altas temperaturas, elevada umidade da estação das chuvas e presença de de parasitas externos e internos. As raças europeias, por exemplo, enfrentam graves problemas de adaptação a essas condições e, por isso, raramente conseguem atingir um bom desempenho nas condições de pastagens brasileiras.

É por isso que a pecuária brasileira tem grande tradição no uso de raças zebuínas na engorda a pasto. Entre elas, a raça Nelore é a que teve maior intensidade de seleção para corte, tornando-se a mais difundida em praticamente todo o país, não só na criação de raças puras, mas também nos cruzamentos, em especial, no cruzamento industrial.

Para maiores informações, consulte o curso Engorda a Pasto, elaborado pelo CPT - Centro de Produções Técnicas e coordenado pelo Professor Adilson de Paula Almeida Aguiar. O curso conta com orientações a respeito da genética para engorda a pasto, desempenho animal na pastagem, suplementação, sanidade, entre outras. Leia também nosso outro artigo Manejo ideal para bovinos.

Beatriz Lazia 20-03-2013 Pecuária de Corte

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