Devo controlar as formigas cortadeiras?

Um animal tão pequeno pode produzir grandes prejuízos. Essa é a formiga cortadeira, que chega de mansinho e de repente, acaba com sua plantação

As formigas cortadeiras são insetos com alto grau de organização em seu formigueiro, com estrutura muito complexa e divisão de tarefas bem definida, fundamental para garantir sua sobrevivência. Para que possam sobreviver, esses insetos desenvolveram um avançado sistema com base num mutualismo: cultivam ativamente um fungo específico, que utilizam como alimento, cultivados em câmaras específicas de seus ninhos.

Ao contrário do que muitos imaginam, as formigas cortadeiras não se alimentam diretamente das folhas que cortam e transportam para o ninho. As folhas cortadas são utilizadas de substrato para o desenvolvimento de um fungo específico e que é o alimento das formigas. Para se ter uma ideia do estrago que as saúvas podem causar a uma cultura, basta saber que um único formigueiro adulto, por exemplo, de cerca de três metros de profundidade, provoca uma perda anual média de três toneladas por hectare em uma plantação de cana-de-açúcar.

Devido a essa estrutura complexa das formigas, fica cada vez mais difícil para o agricultor combater essa praga. Por isso, é necessário usar estratégias para localizar o formigueiro, avaliar os danos causados e decidir qual será a melhor forma de combate. Até pouco tempo, a única estratégia utilizada era o controle químico, com o uso de venenos, termonebulização e o pó. Hoje, existem alternativas de manejo integrado e uso de plantas tóxicas aos fungos e até mesmo formicidas naturais que chegam ao mercado.

O custo de controle dessas formigas é muito elevado e só deve ser efetivado quando for comprovada a relação custo-benefício. Quando o ataque está em níveis baixos, o mais indicado é a convivência durante, pelo menos, parte do ciclo. Além disso, os predadores naturais são ótimos aliados, inúmeros animais atacam e destroem as formigas cortadeiras, especialmente as tanajuras. Como ainda não existem técnicas para a sua produção em laboratório, em quantidades suficientes, a fim de distribuí-los, a saída mais viável é a sua manutenção e produção natural.

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